Os quitutes típicos das festas juninas merecem toda a atenção em uma mesa convidativa, colorida e repleta de elementos caipiras
As festas juninas fazem parte das manifestações culturais brasileiras, uma festividade popular religiosa colorida, vibrante e divertida. Elas tomam conta do Brasil no mês de junho em celebração a três santos populares: Santo Antônio, São Pedro e São João, iniciando no dia 12 do mês – véspera do dia de Santo Antônio – e se encerrando no dia 29 de junho, dia de São Pedro.
Estas festividades se enraizaram na tradição brasileira e receberam influências de algumas culturas (indígena e africana), e adquiriram características de tradições populares rurais, como a caipira do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, que é notória nas vestimentas, decoração e comidas.
Por serem de caráter rural, as comidas típicas são feitas à base de alimentos cultivados na roça, que se consagram como elementos importantes destas celebrações. Podemos observar, por exemplo, muitos pratos de amendoim, como paçoca e pé de moleque, e de milho, como pamonha, canjica, bolo de milho.
Eventos juninos: como receber à mesa
A decoração de um evento junino deve remeter a este estilo caipira ou de fazenda, segundo a consultora de etiqueta e mesa posta Luciane Segarra. Como os quitutes são os protagonistas das celebrações juninas, seja em grandes eventos, quermesses ou em arraiais caseiros, há várias maneiras de levar seus símbolos para a mesa, tornando a ocasião ainda mais temática.
Você pode tanto optar por fazer uma mesa posta de lanche da tarde, para uma ocasião mais descontraída, com conceito maximalista e colorido, quanto uma ocasião mais especial, com uma mesa posta de almoço ou jantar, com conceito minimalista, mais discreto. A consultora nos deixa dicas de como receber os convidados à mesa em ambas as situações:
Mesa posta de lanche da tarde: aqui será usado o serviço à brasileira ou familiar, em que as comidas ficam dispostas na própria mesa de refeição. “Você pode usar jogos americanos de juta ou palha e guardanapos em chita. As louças (xícaras, pires e pratinhos de sobremesa) podem ser de cerâmica em cores quentes, como amarelo, vermelho ou laranja. No centro da mesa, você dispõe os quitutes juninos, servidos em pratos e travessas de barro ou madeira.”
Ideias de Enfeites: pequenos vasos de barro ou canecas estilo fazenda com girassóis intercalando no meio das travessas; enfeites juninos como minichapeuzinhos de palha e minifogueiras na mesa.
Mesa posta de almoço ou jantar: tendo como base o serviço franco-americano, as comidas são dispostas em um buffet ou aparador separado da mesa de refeições. “Na mesa de refeição, coloque uma toalha xadrez Vichy em tons amarelo e branco, louças brancas e guardanapos de tecido lisos, sortidos em cores quentes (rosa, vermelho, amarelo, laranja). Os copos e taças podem ser transparentes (incolor) e os talheres em inox/prata.”
Ideias de enfeites: miniarranjos com flores do campo harmonizando com os guardanapos ao longo da mesa; flores amarradas com barbantes de juta nos guardanapos.
Para a mesa de buffet: use as mesmas flores da mesa de refeição para arranjos em vasos com fitas coloridas. Decore os quitutes espetando bandeirinhas e balõezinhos coloridos.
DIY Junino
Para deixar seu evento junino muito mais personalizado, vale investir em preparos artesanais na decoração. Confira o passo a passo de dois itens DIY que a consultora de estilo e mesa posta nos deixou.
Porta-guardanapo: Corte um pedaço de barbante de juta em comprimento de 40 cm ou mais. Faça um laço ao redor do guardanapo de tecido com o barbante e arremate com uma flor, que deve ser da mesma espécie floral usada na decoração da mesa (retire as folhas e corte o caule em comprimento de 10 cm).
Bandeirinha junina estilizada: Separe retalhos de juta, chita e tecidos estampados. Faça moldes de cartolina em diversos modelos de bandeirinhas. Cole o tecido nos moldes de cartolina. Depois de secar, recorte as bandeirinhas. Se quiser, cole botões de roupa, corações de feltro etc.
Levando os elementos juninos para a mesa
As festas juninas são carregadas de símbolos como fogueira, balão, bandeirinhas e alguns elementos caipiras característicos das vestimentas, como a palha e o xadrez. Estes elementos também podem ser levados para a mesa.
Tecido xadrez: “pode aparecer no jogo americano, na toalha ou trilho de mesa, nas fitas para arrematar as lembrancinhas e nas bandeirinhas estilizadas”. Estas bandeirinhas podem ser penduradas nas cadeiras ou ao redor da mesa de refeição.
Chapéus de palha: “podem enfeitar as paredes, ou podem servir de bandeja para pamonhas enroladas em folhas de milho, ou pedaços de bolo embrulhados em celofane”. Os enfeites de minichapeuzinhos podem servir de forma para docinhos.
Bandeirinhas: seja de papel ou tecido, “podem vir penduradas ao redor das cadeiras ou da mesa de quitutes, e as minibandeirinhas de papel podem ser coladas nos palitinhos e espetadas nos pedaços de bolo e docinhos em geral”.
A própria maneira que os quitutes são servidos pode deixá-los ainda mais agradáveis aos olhos, não precisando de muitos esforços – e enfeites – para isso. Segarra separou algumas dicas de como destacar as comidas típicas na mesa usando a criatividade.
Pamonha de milho doce ou salgada: sirva dentro da própria casca de milho e amarre-as com fitas xadrez ou retalhos de chita;
Bolo cremoso de milho: corte os pedaços e arrume-os em uma bailarina ou travessa de barro ou de madeira;
Canjica de milho: sirva em minipanelinhas de barro ou em xícaras de cafezinho estilo fazenda;
Brigadeiros de milho-verde: sirva em forminhas de papel e arrume-os dentro de minichapeuzinhos de palha;
Cupcakes ou queijadinhas de milho: sirva em forminhas de papel e espete palitinhos com minibandeirinhas festivas.
As louças e utensílios em que são servidos também fazem total diferença. Luciane aconselha o uso de materiais como barro, argila, madeira, cobre envelhecido ou cerâmicas coloridas nas cores marrom, vermelho, amarelo etc. “As bebidas como cafezinho, quentão ou vinho quente podem ser servidas em copinhos ou canecas de vidro ou de barro, e em canecas estilo fazenda.”
O milho como protagonista junino
Além das celebrações aos santos, os colonizadores trouxeram as comidas típicas à base de trigo e cereais, provenientes da agricultura portuguesa. Com a falta do trigo na época, as comidas foram adaptadas com a utilização do milho, produto originário de nossas terras, encontrado em abundância.
Ele compõe grande parte dos quitutes juninos, como bolos, a pamonha, a canjica, o curau, além de originar a pipoca e o milho cozido.
