De sanduíches a pratos mais requintados, maionese, mostarda e ketchup são ícones universais versáteis que podem ser pilares da alta gastronomia

Famosos em vários países, o ketchup, a mostarda e a maionese estão presentes desde os pratos mais simples até aqueles mais sofisticados. Com origens diversas e sabores marcantes, esses três ingredientes são muito versáteis. Não à toa, conquistaram os mais diversos paladares , inspirando a criação de receitas e trazendo mais sabor e uma certa “magia” ao mundo gastronômico.

Do peixe ao tomate a origem do ketchup

Muito antes do ketchup à base de tomates, como conhecemos hoje, as primeiras versões eram feitas de peixe e soja. Milenar, o  kê-tsiap (termo em hokkien), como era chamado, surgiu no Vietnã, por volta de 300 a.C. O nome significava uma espécie de salmoura de peixe em conserva. O kê-tsiap ganhou fama e se espalhou pela Ásia.

Muitos anos depois, já no século XVIII, os ingleses conheceram o tradicional condimento, que chamou a atenção deles por potencializar o sabor de vários pratos. Contudo, na Inglaterra não tinha soja, utilizada na fermentação do kê-tsiap. Para substituir essa falta, a ideia foi adaptar com cogumelos, feijões, anchovas, nozes e ostras.

Além desses ingredientes, os ingleses utilizaram vinagre e vinho branco, gengibre, pimenta e casca de limão. O condimento passou a se chamar “katshop” e foi um sucesso na terra da rainha, principalmente por conta da durabilidade. Ele era bastante utilizado em carnes, peixes e até pães.

Já o ketchup à base de tomate, foi inventado nos Estados Unidos, em 1812, por James Mease, mas o produto era cheio de conservantes que faziam mal à saúde. Contudo, em 1876, Henry Heinz (dono da marca Heinz), desenvolveu a receita feita de tomates com uma durabilidade maior.

Dessa forma, a versão do ketchup de tomate foi se adaptando até que se tornou popular não só nos Estados Unidos como em todo o mundo, dando sabor a milhares de receitas.

Medalhão ao molho mostarda

Escassez motiva chef a inventar a maionese

A história da maionese começa durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e teria sido inventada pelo chef francês Duque de Richelieu’s. Enquanto a França lutava contra os britânicos em Port Mahon, na ilha de Minorca, território espanhol, o chef desenvolveu um molho para ser usado no banquete de comemoração. Mas, no local, não existia creme de leite, elemento muito utilizado na culinária francesa, e o chef recorreu ao azeite e ovos para criar o molho, que recebeu o nome de mahonnaise, em homenagem à cidade de Mahón.

Foi  o chef francês Marie-Antoine Carême, no entanto, que tornou a maionese mais refinada ao substituir o azeite por óleo vegetal, que tem sabor neutro, deixando a mahonnaise mais leve e ganhando renome na Europa e na Rússia czarista.

Muitos anos depois, já em 1903, Richard Hellmann emigrou da Alemanha para os Estados Unidos. Nesse mesmo ano, abriu uma pequena mercearia e começou a vender a receita de maionese que a mulher dele fazia. A mercearia original era na Avenida Columbus, em Nova York. A maionese era produzida diariamente, em pequenas quantidades, e inicialmente era vendida, por quilo, em pequenas caixas de madeira.

O sucesso foi tanto que Richard decidiu começar a vender a maionese em pequenos frascos de vidro com a marca registrada, com o objetivo de evidenciar a qualidade. Devido à popularidade da maionese, Hellmann decidiu expandir o seu negócio, primeiro dentro dos Estados Unidos, e em 1961, para outros países como: o Reino Unido e a América Latina.

Sopa Slava

Do Egito Antigo aos dias atuais

Os amantes de sabores fortes, intensos e picantes vão se apaixonar por este condimento. A história da mostarda tem início nas civilizações antigas, como: egípcia, grega e romana. Inclusive, o nome mostarda, como conhecemos, veio do latim mustum ardens, que em tradução significa “mosto ardido” ou “vinho em chamas”.

No entanto, foi na Idade Média, que os grãos de mostarda produzidos na região de Dijon (França) ganharam fama em toda a Europa. Os franceses acrescentaram vinagre à mostarda, tornando-a, à época, o condimento mais famoso e consumido no país, principalmente pela corte e papas. No Antigo Egito, os grãos de mostarda eram moídos e usados como temperos. Contudo foram os romanos que começaram a utilizá-la misturada com mel.

A marca de mostarda mais antiga do mundo é a Colmans, criada em 1814, e ainda em operação. Os molhos mais comuns encontrados atualmente são produzidos, principalmente, à base de grãos de mostarda-branca. A cor amarela é devido, em sua maioria, ao uso da cúrcuma.

Do Oriente ao Ocidente, da Antiguidade aos dias atuais, que esses ícones gastronômicos continuem nos inspirando a saborear a vida com elegância, elevando a gastronomia a patamares ainda mais sublimes.

Molho Rosé