De modo simbólico e significativo, os espumantes e vinhos completam as comemorações de Natal e Ano Novo

As festividades de fim/início de ano merecem um clássico brinde – seja com espumantes, com vinhos ou com a bebida que mais agradar aos convidados. O ato de brindar traz uma série de simbolismos e significados, fortalecendo a ideia de prosperidade e saúde, principalmente em comemorações como o Natal e o Ano Novo.

Embora não tenha uma origem definida, estudiosos afirmam que o ato de brindar surgiu na Antiguidade – alguns sugerem que foi na Grécia, enquanto outros acreditam que foi em Roma. E, apesar de não ter um lugar determinado, um acordo entre todas as histórias é: o brinde está relacionado à saúde por nascer da questão de vida ou morte por conta do envenenamento.

Ótimo para ocasiões especiais, o Marquês de Marialva Baga Cuvée é uma criação da Adega Coop. de Cantanhede, localizada em Bairrada, região de Portugal. Conhecida por sua qualidade, a vinícola conta com mais de 750 premiações em concursos nacionais e internacionais, sendo eleita a melhor cooperativa de vinhos pela imprensa portuguesa em 2011, 2017 e 2019. Há uma cor atrativa de “blanc de noirs” – por ser elaborado apenas com uvas tintas -, apresentando leves bronzeados e um aroma profundo e complexo. Além de ser harmonioso e refrescante, o rótulo traz um sabor que passa por toques de maçã fresca, citrinos e suaves notas de biscoito e pode ser harmonizado com peixe, carne e sobremesas.

Na Antiguidade, era comum assassinar inimigos com veneno na bebida. Por essa razão, era arriscado aceitar qualquer líquido desconhecido. Assim, para trazer segurança aos convidados, tornou-se comum a prática do anfitrião colocar a bebida oferecida no próprio copo e beber antes, com ambos tocando a taça. Esse momento passou a ser um símbolo de confiança, com os envolvidos no brinde bebendo simultaneamente. 

Feito na região do Douro, em Portugal, o Vinho do Porto Quinta da Romaneira Vintage 2017 é um exemplo delicioso e sofisticado da intensidade aromática característica da Quinta da Romaneira, que sabe como apresentar os aromas do Douro. O vinho é bastante expressivo e intenso, com notável estrutura e potencial de envelhecimento. Ele apresenta uma cor vermelho-rubi forte e aromas vigorosamente regados a especiarias. Há uma grande elegância e pureza de sabores, são carnudas e aveludadas, conferindo um final muito longo e poderoso. Esse rótulo é ótimo para acompanhar sobremesas, torta de chocolate e torta de nozes.

Devido ao simbolismo acerca da prática, o brinde também era utilizado para selar acordos de paz entre os impérios. Após anunciar o fim de uma determinada guerra, o primeiro a beber do copo era considerado o conciliador, visto que demonstrava como a bebida estava livre de venenos, além de indicar a conciliação entre os dois impérios. 

Perfeito para brindes em momentos especiais, o Champanhe Duval Leroy tem o excelente equilíbrio entre finesse e potência, destacando sabores de chocolate amargo, canela e figos amarelos torrados. Sua composição de uvas é feita por 60% Pinot Noir, 30% Pinot Meunier e 10% Chardonnay. A bebida é ideal para acompanhar aperitivos, embora a quantidade elevada de Pinot Meunier traga uma vinosidade interessante, o que faz com que a bebida combine com refeições de aves e carnes brancas. O rótulo também pode ser consumido junto a queijos frescos (mozarela de búfala, queijo de cabra), queijos moles (brie, camembert), peixes e saladas.

Enquanto as festividades que celebravam a paz aconteciam, os guerreiros desejavam saúde aos amigos. Acredita-se, portanto, que o termo “saúde” durante o brinde também pode ter surgido nesse período exatamente por conta da relação das bebidas com o envenenamento e com o fim das guerras. Embora exista desde a Antiguidade, a popularização do ato de brindar apenas aconteceu no século XVI na Inglaterra. 

A Espanha se notabilizou em fazer grandes vinhos espumantes conhecidos mundialmente como cava. E a Cava Marques de Requena Brut faz parte dessa história, sendo um rótulo espanhol elaborado com uma seleção das melhores uvas Macabeo e que se utiliza do tradicional método de produção dos Champagnes. Sua cor é de um amarelo pálido, com paladar médio equilibrado, trazendo uma doçura refrescante de fruta branca madura com um leque de aromas de frutas. O espumante pode ser harmonizado com mariscos e frutos do mar, peixes grelhados e aperitivos.

Ainda segundo as histórias, a tradução de brinde em inglês é “toast” devido à prática de inserir um pão torrado em um cálice para que ele fique com o sabor do vinho. Se a ideia era desejar a saúde, era preciso esgotar o cálice, chegando à torrada embebida. Em vista de todo o processo histórico do brinde, fica evidente a força e os significados acerca do ato de brindar. Não seria diferente no Natal e no Ano Novo, que estão tradicionalmente relacionados aos sentimentos de esperança e prosperidade para uma nova fase.  

Ligeiramente acastanhada, a sua cor vermelha ganhou tons mais alaranjados devido ao envelhecimento oxidativo em tonéis de madeira. Também da região do Douro, o Pacheca Porto Tawny tem paladar macio, com a fruta envolvida em ligeiras notas de frutos secos e compota. O vinho pode acompanhar aperitivos, fim de refeições, queijos azuis e sobremesas de chocolates de tons mais escuros
Brindando ao redor do mundo

Em cada lugar do mundo, o brinde pede uma saudação. No Brasil e em Portugal, “saúde” ou “Tim Tim!” são os mais falados. Na Itália, “Salute!” é o mais comum, assim como o “Santé!” ou “Salut” na França, o “Salud!” em países de língua espanhola, o “Steniyasas!” na Grécia, o “Prosit!” na Alemanha em ocasiões informais, o “fi sihitaek”, dito baixinho pelos árabes, e o “Proost!” na Holanda. 

Tem Art de Vivre para todos os gostos: tinto, branco e rosé. A opção tinto é complexa e elegante, com deliciosos aromas de frutas vermelhas maduras. Seu paladar é redondo – os elementos (visual, olfativo e gustativo) estão praticamente na mesma escala – e com taninos bem equilibrados. O tinto combina, principalmente, com carnes. A opção rosé apresenta uma cor rosa pálido e brilhante. Por conta da boca fresca, bem equilibrada e com grande persistência aromática, o rótulo combina muito bem com carne suína, peixes e saladas. Referência de apelação, o branco evidencia a elegância do cuvée – ou espumante. Esse vinho tem uma elegante cor amarelo palha, decorado com destaques verdes que refletem a juventude da bebida. Em sua paleta aromática, é carregado de frutas de polpa branca, como pera, pêssego e ameixa. Na boca, é fresco, elegante, harmonioso e combina com aperitivos, saladas, peixes e grelhados.

Diferente dos outros, que preferem usar o “saúde”, os russos brindam saudando a felicidade, “Za zdorov!”, semelhante aos poloneses e búlgaros, que têm a mesma proposta ao falar “na zdrve”.

Uma curiosidade é que o “tin-tin”, mundialmente utilizado em brindes, vem do “chin-chin”, do chinês, e não é apenas uma onomatopeia chinesa. “Chin” significa “felicidade”, e “chin-chin”, “muita felicidade”.

Tradicional e aclamado, o Brunello di Montalcino II Poggione apresenta Brunellos mais intensos, além de sua complexidade com riqueza de aromas e sabores admiráveis. O renomado crítico James Suckling pontuou sobre o rótulo: “A safra 2015 é um ano histórico para Brunello di Montalcino e que ninguém deve perder”. Feita com 100% de Sangiovese, a bebida apresenta um aroma concentrado de frutas vermelhas. Já o seu paladar é intenso, equilibrado e com taninos macios e aveludados – resultado de um sabor original, alcançado pelos 30 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês. Com cor vermelho-rubi, é um ótimo vinho para combinar com carnes vermelhas e de caça, além de queijos maduros.
Melhores rótulos para as festividades

Para que o brinde se torne ainda mais significativo, é possível escolher um rótulo (de espumante ou vinho) para tornar as festividades simbólicas e igualmente saborosas. Apesar de os espumantes serem mais versáteis, os vinhos são ótimas pedidas também. 

Confira as escolhas feitas por Luiz Roberto Correa Lima, sommelier do BigLar, para um brinde com muita qualidade – e “saúde”.

O M.SA Clementina Il Poggione é um espumante criado para homenagear a Marchesa Clementina, avó de Leopoldo e Livia Franceschi, atuais proprietários da Tenuta Il Poggione. Por ser uma grande fã de grandes champanhes, Clementina inspirou a produção do rótulo, elaborado apenas com uvas Sangiovese das vinhas da vinícola. A elegante cor rosa pálida da bebida se dá devido ao tempo da prensagem suave na sua totalidade. Há, ainda, a fermentação, procedendo a seleção das bases e a tiragem. Em sequência, o rótulo passa pelo menos 24 meses nas adegas de Sant’Angelo in Colle em contato com leveduras e em temperatura e umidade constantes. No final, as garrafas descansam por mais dois meses. De acordo com a vinícola, “o licor utilizado é isento de açúcares adicionados (dosagem zero): esta ‘fórmula’ foi alcançada após inúmeras sessões de degustação, visando encontrar o melhor equilíbrio entre pureza e expressividade”. É todo esse processo de produção que torna o rótulo tão especial e saboroso. Esse espumante harmoniza com saladas, carpaccios, aves, cordeiro e leitão, peixes crus ou grelhados, queijos neutros e sobremesas não muito doces.