Dos versáteis camarões e mexilhões às sofisticadas vieiras e lagostas, os frutos do mar ofertam muito sabor e delicadeza aos pratos
Tem coisa melhor que saborear aquela paella deliciosa com um bom vinho? Ou então aquele camarão empanadinho com uma cervejinha gelada à beira da praia ou piscina? E que tal aquele macarrão levíssimo com mariscos para o jantar? Ninguém discorda: frutos do mar combinam com o nosso clima. Se por um lado oferecem muito sabor, delicadeza no paladar e versatilidade de combinações gastronômicas, por outro, esbanjam nutrientes, compondo uma excelente fonte alternativa de proteínas. Não à toa, a dieta mediterrânea, com grande base em peixes, crustáceos e moluscos, é considerada uma das mais saudáveis do mundo e tem adeptos em toda parte. Com a busca cada vez maior por qualidade de vida, cresce também a produção e o consumo destes alimentos. Somente o camarão – para ficar em uma das opções preferidas pelos brasileiros – deve ter uma produção de mais de quatro milhões de toneladas em todo planeta neste ano, segundo a Global Aquaculture Alliance (GAA).
Bom para o paladar, excelente para a saúde
Acrescentar frutos do mar ao cardápio incrementa não só o sabor das receitas e garante refeições de leve digestão no calor, mas colabora, ainda, para manter a saúde em dia. Uma porção de somente 150 g deste tipo de alimento fornece até 60% da necessidade diária de proteína para um adulto, com a vantagem de agregar uma série de vitaminas e minerais. Mexilhões são ricos em vitaminas do complexo B, vitamina A, iodo, ferro, zinco e selênio, este último também muito presente no camarão, que traz, ainda, iodo, zinco e vitamina B12, contribuindo para o bom funcionamento do sistema imunológico. Já o consumo da lagosta pode combater os danos provocados por radicais livres, por apresentar muita vitamina E, selênio, iodo e vitaminas do complexo B.
As vieiras são ótimas para o funcionamento do coração e do cérebro, com ômega 3, vitaminas do complexo B, magnésio e potássio. A lula é considerada benéfica para estabilizar os níveis de açúcar no sangue, com muita vitamina B3, e o polvo é apontado como fonte de ômega 3, com benefícios para o sistema cardiovascular. Para quem quer manter a linha, a melhor parte: todos possuem baixo índice de calorias e gorduras.
De olho no tempo para melhores resultados
De manuseio delicado, os frutos do mar pedem um pouco de cuidado no momento do preparo, nada muito complicado, mas é bom ficar atento especialmente ao tempo de cozimento de cada alimento – senão, o risco é acabar com um prato de consistência meio borrachuda e sem o gostinho desejado. Para o polvo e a lula, este tempo pode variar conforme a receita. Se você vai grelhar ou cozinhar para acompanhar uma salada, por exemplo, deixe apenas por cinco minutos.
Agora, se a ideia é fazer um molho ou ensopado, devem ser cozidos por, pelo menos, 25 minutos. Para o camarão, o prazo de cozimento varia de um a quatro minutos, conforme o tamanho, e não se esqueça de sempre limpar o cordão escuro com detritos no dorso antes do preparo. Para as lagostas inteiras, vale o cálculo de três a quatro minutos para cada 500 g de peso. Os mexilhões podem ser levados ao fogo em pouca água – com um toque de vinho branco, se desejar – e serem fervidos por cinco minutos, até que as cascas se abram, o que indica que estão frescos. Antes, limpe bem as conchas com uma escovinha. Com as vieiras, paciência é o recurso, pois são as mais frágeis, devendo ser cozidas por, no máximo, cinco minutos em fogo baixo, sem ultrapassar 180 °C. Outra opção é saltear rapidamente na manteiga ou no azeite, com cuidado para não grelhar além do ponto.
Você sabia?
A maior paella do mundo está no Guiness Book e foi feita em 2001 em Madrid, pelo cozinheiro Antonio Galbis, falecido em 2017. Com o auxílio de uma equipe de 80 ajudantes, Galbis preparou uma paella que servia até 110 mil pessoas! A panela tinha 21,5 metros de diâmetro e foram utilizados 6 mil quilos de arroz, 5,5 mil quilos de legumes, 12,5 mil quilos de carnes variadas e 195 quilos de sal. Depois deste feito, o cozinheiro fundou sua própria empresa de Paellas Gigantes, em atividade até hoje, e que oferece um extenso cardápio de paellas para 100 até 20.000 comensais. Entre as mais disputadas, está a Fideua de Mariscos, feita com macarrão ao invés de arroz, e muita lula, camarão, lagosta, mexilhões, tomate e açafrão.
Receita para quem não quer escolher
Uma das receitas mais tradicionais e mais lembradas quando se fala em frutos do mar é a Paella. Criada na região de Valência, na Espanha, surgiu como um prato de camponeses que, nos séculos XV e XVI, saíam para o trabalho carregando a panela redonda com alças que dá nome à iguaria. Dentro, além do arroz, iam muitos componentes como legumes da estação, especiarias e carnes de caça como coelho e pato. Com o passar dos anos, o preparo chegou à região litorânea e ganhou a diversidade dos frutos do mar, com a adição de mexilhões, lulas, camarões, polvo e lagostins, entre outros, fazendo a festa de quem ama estes deliciosos ingredientes. E a melhor parte é que não precisa escolher uma delícia só, pode saborear tudo junto que dá certo. Confira esta e outras receitas aqui e experimente todas as dicas.