Dos saudáveis azeites e frutos do mar às saborosas comidas de rua, a gastronomia da Grécia tem forte apelo na criatividade dos pratos

Sabor e saúde são sinônimos das diversas culinárias nascidas à beira do Mar Mediterrâneo. E um dos melhores exemplos daquela região do mundo é a riquíssima gastronomia do “berço da civilização ocidental”, a Grécia. Em sua balanceada alimentação, os gregos valorizam os pratos coloridos, ricos em sabor, aroma e criatividade, preparados com ingredientes frescos e in natura, com destaque, é claro, para o azeite de oliva.

Praticamente um símbolo nacional grego, o azeite no preparo da comida é um hábito que remete a séculos atrás, do período da Grécia Antiga. Cada grego utiliza algo em torno de 20 quilos, anualmente, do óleo extraído das azeitonas, e a maioria das terras aráveis do país destina-se ao cultivo de oliveiras.

Baklava
Cordeiros e peixes no cardápio grego

As carnes de cordeiro e a de porco são as mais presentes no cotidiano gastronômico da Grécia, sendo, deste modo, a base de diversos pratos. Um deles é o Gyros (leia-se “guíros”), conhecido aqui no Brasil como “churrasquinho grego”, e que faz a festa dos turistas em Atenas e nas demais grandes cidades, por ser encontrado facilmente nas barracas de rua. Geralmente, feito de fatias finas de carne de porco e servido como sanduíche no pão pita, leva acompanhamento de verduras e molhos. Também dentro da modalidade “street food”, está o Souvlaki, um espetinho com carne de porco ou cordeiro e vegetais. Além da versão comida no espeto, essa delícia pode ser servida no pão pita, nesse caso acompanhada de batatas fritas.

A carne de cordeiro assada lentamente, chamada de Kleftikó, é muito apreciada em festas e reuniões familiares na Grécia. Seu nome, cujo significado pode ser traduzido como “carne roubada”, tem origem nos caprinos que o povo klefte, que habitava as regiões montanhosas do país, roubava e cozinhava posteriormente escondido em um poço fechado, para que a fumaça não atraísse a atenção de curiosos. No Kleftikó, o cordeiro pode ser assado inteiro ou em partes.

O cordeiro em sua versão carne moída ganha espaço em um dos pratos nacionais da Grécia. De influência árabe e francesa, a Moussaka é feita com camadas alternadas de carne e berinjela, recebendo cobertura de molho béchamel.

Pastitsio

Também amada pelos gregos, está o Dolmades, um prato de origem turca e que se trata de charutinhos de folha secas de uva recheados de arroz. Ele tem, basicamente, duas versões: com carne moída e servido quente, e apenas com verduras e consumido frio.

Outra influência forte na culinária grega é a Itália. Um exemplo é o Giouvetsi, prato em que a carne de cordeiro – ou bovina – ganha a companhia do risoni, um tipo de macarrão em forma de arroz, além de tomates e temperos, e um toque de queijo gratinado. Massa também é a base do Pastitsio, receita muito semelhante à lasanha e que leva um toque especial de queijo ralado antes do prato ganhar o forno.

Já quando o assunto são peixes, camarões, polvos, mexilhões e demais frutos do mar, os gregos são especialistas. Formada por mais de 6 mil ilhas e banhada pelos mares Mediterrâneo, Egeu e Jônico, a Grécia tem na base da gastronomia as delícias vindas do litoral do país, que são servidas assadas, cozidas ou grelhadas, além de estarem sempre presentes nas mais diferentes receitas.

Moussaka
Variedade na culinária

Mas o cardápio da culinária grega é vasto e diversificado, indo da famosa salada grega, a “horiatiki salata”, com tomate, pepino, pimentão, cebola roxa e azeitonas, passando pelas sopas dos mais variados tipos, como a Fassolada (de feijão-branco) e a Avgolemono (de arroz, ovo e limão), chegando até a pratos como o Gemista, um pimentão assado, recheado e coberto com molho.

Pratos que não levam carne são muito populares como tira-gosto pelos gregos, como a Tiropita (torta de massa folhada e recheada com queijo), a Melitzanosalata (berinjela assada), a Kolokithakia tiganita (abobrinha empanada), e a Spanakopita (pastel recheado com espinafre).

Avgolemono

O leite é a base de outras duas paixões alimentares gregas. Uma é o queijo, com a variedade mais popular sendo o Feta, um tipo de queijo coalho consumido puro, na forma frita e empanada com o nome de Saganaki. Já o iogurte grego é bem diferente do que se popularizou no Brasil, pois lá ele é mais cremoso e com uma textura mais grossa, menos doce. Geralmente, leva mel, frutas secas ou nozes, além de ser a base do Tzatziki, um molho apreciado como aperitivo e que leva, ainda, pepino e alho.

A paixão dos gregos na culinária também se apresenta quando o assunto são os doces. O mais popular deles é o Loukoumades. Esse bolinho frito é tradicionalmente feito com farinha de trigo, açúcar e depois de pronto, coberto com mel ou açúcar e canela. Outra sobremesa muito popular na Grécia (e na Turquia também) é a Baklava, um doce saborosíssimo feito de massa filo e recheio de nozes e amêndoas.

Ouzo, bebida feita à base de anis

Já nas bebidas, a mais popular entre os gregos é o Ouzo. Feita à base de anis, tem um teor bem alto de álcool, que beira os 50%, e é tradicionalmente servido puro, sem nem mesmo gelo. O país também tem uma história antiga com os vinhos, tendo, inclusive, Dionísio como o Deus do vinho na mitologia grega. A produção de vinho na Grécia vai das Ilha de Creta à Macedônia e as ilhas do Mar Egeu, entre elas Santorini. Das bebidas não alcoólicas, a mais consumida é o Frappe, uma espécie de café batido com gelo, geralmente apreciado durante o café da manhã.