Repleta de memórias afetivas e festivas em cada fatia, delícia de origem italiana não pode faltar no Natal

O consumo por habitante é de 440 gramas, quase equivalente a um panetone inteiro. Poderíamos estar falando da Itália, lugar onde nasceu essa deliciosa iguaria que é a cara do Natal, mas estamos falando mesmo é do Brasil! Os italianos consomem o dobro dessa quantidade. Os dados da Associação Brasileira da Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) mostram a popularidade do produto por aqui: a produção deste ano deve chegar a 41 mil toneladas, movimentando cerca de R$ 890 milhões e garantindo ao país a posição de segundo maior exportador global, atrás apenas dos inventores da irresistível receita. Presente em pouco mais da metade dos lares brasileiros, faz parte das lembranças mais queridas de muita gente, com sabor e aroma únicos, que nos remetem a momentos muito especiais entre familiares e amigos. Mas, a cada ano, surgem novidades que tornam mais difícil escolher uma fatia só – mas quem está contando?

Originalidade, recheios e muita tentação

Com o advento de novas tecnologias e o resgate de práticas de sabedoria secular, como a utilização do fermento natural – ou massa madre – em sua composição, quem aprecia um bom panetone se surpreende com as versões cada vez mais macias, úmidas e saborosas. Mas um breve passeio pelas gôndolas das lojas do BigLar revela que decidir qual opção levar para casa pode se tornar um verdadeiro e delicioso desafio, muito mais complexo do que a simples escolha de décadas atrás entre a receita com frutas cristalizadas ou com gotas de chocolate.

O panetone é de origem italiana

Disponíveis nos mais diversos tamanhos, que vão do minipanetone e dos pedacinhos cobertos de chocolate ao chocotone com nada menos do que quatro quilos, a inovação começa nas frutas que tão bem caracterizam essa iguaria. Muito além da uva-passa, os confeiteiros decidiram inovar e o resultado são delícias que trazem damasco, ameixa, cereja, uvas brancas e frutas secas, como nozes e amêndoas, além do toque incrível de limão-siciliano e até morangos. Há massas brancas, sem frutas, de chocolate, mescladas, com recheios que são um capítulo à parte.

Além de panetones incrementados com creme de chocolate preto e branco, trufado, meio amargo, belga ou com sabor de amêndoas, é possível experimentar recheios de baunilha, doce de leite, brigadeiro, coco e paçoca. Muitos trazem coberturas, também, com flocos crocantes, confeitos coloridos, ganaches, açúcar confeiteiro e amêndoas. Outra linha que faz sucesso entre crianças de todas as idades é a dos panetones inspirados em doces tão comuns na nossa culinária e que lembram a infância, como churros, romeu e julieta (com creme sabor queijo e goiabada) e sonho de padaria. Vale também conhecer a versão banoffee, com ingredientes que remetem à festejada torta de banana com doce de leite que virou moda nos restaurantes, assim como o panetone petit gateau que, a exemplo do bolinho original, pode ser aquecido e servido com sorvete.

O público que tem alguma restrição alimentar não foi esquecido e, hoje, não precisa mais se privar de saborear essa tentação típica natalina. Entre as variedades diferenciadas, estão versões sem açúcar, sem glúten ou sem leite, mas sempre com muito sabor, assegurando que todo mundo tenha a possibilidade de desfrutar de uma generosa fatia. E se você ainda pensa que panetone é um prazer restrito a quem aprecia doces, repense: já existe panetone salgado também, com gotas de queijo parmesão, original e surpreendente.

O Brasil é o segundo maior exportador global de panetones
Dicas para aproveitar até a última fatia

Se empolgou com tanta diversidade e acabou ficando com panetone além da conta em casa? Não tem problema, pode se esbaldar à vontade nas gôndolas que nada será perdido. Depois de aberto, os panetones devem ser conservados em um recipiente com tampa, bem fechado, para não ressecar. Existem, inclusive, vários tipos de porta-panetones, até mesmo com decorações natalinas, que podem deixar essa tarefa mais divertida. Se você mora em regiões muito quentes ou se escolheu opções com recheios cremosos, guarde na geladeira e retire cerca de 15 minutos antes de consumir. Dessa forma, pode ser conservado por até cinco dias.

Se a ideia é ter panetone mesmo depois do Natal, uma boa medida é congelar, fica perfeito. Basta cortar em fatias do tamanho desejado e embalar cada uma com filme plástico ou colocar em um potinho. Dura por cerca de três meses e, na hora que bater aquela vontade, é só deixar a porção desejada fora do congelador por cerca de 30 minutos e depois saborear.

Panetones no processo conhecido como “morcegar”

As sobras podem ainda virar um café da manhã com ares natalinos para lá de caprichado. Que tal preparar rabanadas de panetone? A exemplo da receita usual com pão, o panetone pode ser cortado em fatias, passadas em uma mistura de duas xícaras (chá) de leite, uma xícara (chá) de leite condensado e dois ovos, e depois serem fritas ou assadas, como preferir.

“Morcegar” o panetone, já ouviu falar?

De preparação complexa, a produção de um panetone pode levar mais de 50 horas, contabilizadas aí pelo menos de oito a 12 horas só para a fermentação. Logo depois de assado, o produto ainda precisa passar por um processo de resfriamento por, em média, cinco horas, que leva o engraçado nome de “morcegar” e não é à toa: o panetone precisa ficar de cabeça para baixo, para que esfrie mantendo seu formato redondinho em cima e não murche! Certeza de que, com esse apelido, essa informação vai divertir a garotada na noite de Natal, mas não acaba por aí. A seguir, ainda deve permanecer em descanso por pelo menos 24 horas até ser cuidadosamente embalado. Um trabalhão que vale cada pedacinho, concorda?