Versátil e muito apreciado pelos brasileiros, o delicioso salmão encontrado em águas geladas internacionais é de fácil preparo e repleto de nutrientes e vitaminas
Ele não nasceu aqui na terrinha, mas já virou preferência nacional. Proveniente principalmente da Noruega e do Chile, o salmão é a espécie de peixe cultivada mais importada pelo Brasil, representando nada menos que 89% das aquisições e atingindo US$ 291 milhões só no primeiro semestre desse ano, conforme dados do Ministério da Economia. O apreço pelo representante de grande porte da família Salmonidae – que também engloba as trutas – tem razão de ser. E não apenas uma. Extremamente versátil e saboroso, pode ser grelhado, assado, frito, defumado, marinado e consumido até mesmo cru, especialmente como uma das grandes estrelas da culinária japonesa. Mas seus benefícios vão muito além do simples deleite para o paladar.
Fonte de proteína, rico em nutrientes e aliado da dieta
Seja pescado nos oceanos Pacífico e Atlântico, quando recebe a denominação de selvagem, ou cultivado em cativeiro, o que garante sua disponibilidade para consumo o ano todo, o salmão é importante fonte de proteína: 100g do peixe traz 25g deste componente, essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso, fortalecimento da imunidade, manutenção de músculos e ossos, beleza da pele e dos cabelos. Apesar de não ser pouco calórico, é recomendado pelos nutricionistas como opção para dietas para perda de peso por apresentar gorduras benéficas ao organismo, auxiliando na saciedade, nos níveis de energia e baixando o índice glicêmico da refeição. Como toda proteína, colabora ainda para regular os hormônios que controlam nosso apetite.
Outro destaque nutricional do salmão é a presença do famoso ômega 3, um tipo de gordura composta por ácidos graxos imprescindíveis para um coração saudável e para o desenvolvimento das células cerebrais, reduzindo problemas relacionados ao sistema nervoso central. Não à toa, é recomendado para prevenir doenças como o Alzheimer e estudos apontam bons resultados também nos sintomas da depressão. Esse lipídio é conhecido igualmente por reduzir o colesterol e combater a formação de placas de gordura prejudiciais, que acabam obstruindo artérias e, como última consequência, causando infartos.
Como se não bastasse, esse ingrediente tão gostoso guarda um verdadeiro coquetel de vitaminas indispensáveis, como as do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina, ácido pantoténico e ácido fólico), A e D. Parece uma sopa de letrinhas e é muito termo técnico mesmo, mas tudo isso se traduz em redução nas inflamações, riscos cardíacos e melhor absorção do cálcio, fundamental para passar longe de problemas como a osteoporose. É rico igualmente em potássio, que regulariza a pressão sanguínea, previne a retenção de líquidos e a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais. Já o aminoácido triptofano favorece a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar.
Para desfrutar plenamente de todas essas vantagens, a recomendação dos especialistas é incluir o salmão – e outros peixes – no cardápio pelo menos duas vezes por semana.
Dicas úteis para não errar no preparo
Embora se adapte a uma série de diferentes receitas e processos, alguns segredinhos dos chefs são relevantes para não comprometer o sabor e a textura ideal do salmão, de acordo com o tipo de consumo planejado. A primeira medida é sempre deixar para pegar esse item no final das compras e guardar na geladeira logo que chegar em casa, assegurando que não passe muito tempo fora da refrigeração. Se for descongelar, faça isso na geladeira também, tirando o produto com antecedência do freezer e passando para a parte de baixo.
Só tempere o peixe no momento de ir à grelha, à frigideira ou ao forno. O sal, o limão e outras especiarias, se acrescentados muito cedo, podem alterar a consistência e ressecar a carne delicada do salmão, além de “cozinhar” quimicamente. Este último efeito acontece, por exemplo, no tradicional prato peruano ceviche, em que limão e outros ingredientes cítricos são usados na marinada do peixe exatamente com este objetivo.
Não retire a pele do salmão nas postas, pincele com um pouco de azeite e coloque sempre virada para baixo ao grelhar, fritar ou assar. Assim, o calor mais forte não entra em contato direto com o peixe, retirando sua suculência. Aliás, é exatamente na intensidade desse calor que está outro segredo. O forno deve estar preaquecido e com temperatura branda de cerca de 140 °C, com tempo de cozimento que varia entre 15 e 30 minutos, dependendo da altura da posta. Já a frigideira deve ser preaquecida em fogo baixo por três minutos e pincelada com azeite antes da colocação do peixe, que deve ser ainda cuidadosamente virado para dourar por igual. Para saber se está no ponto certo, espete um garfo na parte mais alta: quando entrar sem resistência e a pele estiver soltando facilmente da posta, pode retirar e servir.