Marcas famosas investem em inovação para garantir a excelência das delícias que todo mundo adora, mas também há espaço para responsabilidade social
“Chocolate não faz perguntas, chocolate te entende”. “Felicidade é só uma questão de chocolate”. “Não há amor mais sincero que o amor por chocolate”. As frases bem-humoradas que se espalham pelas redes sociais refletem o que os números já comprovam: não há quem resista a um bom chocolate. Uma simples procura no Google por esta palavra-chave traz mais de um bilhão de resultados: de receitas a propriedades nutritivas, é o que todo mundo quer. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) apontam que 90% dos brasileiros compraram a iguaria para se deliciar em casa em 2020, sendo que a média de consumo por aqui é de um a dois quilos por pessoa, por ano. Parece muito? Em países como a Suíça e a Alemanha, essa quantidade chega a ser oito vezes maior.
Proveniente da América Central e do Sul, para os maias e os astecas, o cacau era considerado um milenar presente divino, a ponto de seu nome científico – Theobroma cacao – significar exatamente “alimentos dos deuses”. Seus grãos eram tão valiosos que serviam como moeda, e seu sabor incomparável se mesclava à pimenta e baunilha na bebida mais degustada à época, denominada xocoatl. No início do século XVI, o produto chegou à Europa pelas mãos do conquistador espanhol Hernán Cortés, onde foi, por muito tempo, privilégio dos mais abastados. Muitos acreditam, inclusive, que a origem do Dia Mundial do Chocolate, comemorado em 7 de julho, seja uma homenagem à sua disseminação por aquelas bandas. Mas foi só no século XVIII, com a descoberta de um novo processo para fazer cacau em pó de forma mais eficiente, que o ingrediente se popularizou, ganhando, ainda, sua primeira versão em barra na Inglaterra, no começo do século XIX. Não é à toa que alguns dos chocolates mais finos e celebrados do mundo são fabricados neste continente, mas um passeio pelas gôndolas especializadas em produtos importados do BigLar mostra que hoje há excelentes surpresas para os chocólatras também em outras partes do mundo. Revela que, definitivamente, a responsabilidade social entrou na ordem do dia. Tente escolher ou se renda a todos!
Lado doce da tradição holandesa
Conhecida pelas criações que mesclam o melhor dos chocolates belga e suíço, a origem da marca holandesa Baronie remete aos idos de 1896, com a fundação da então De Heer, para a produção de barras, línguas de gato e especialidades moldadas para ocasiões como a Páscoa e o Natal. Com o grande sucesso, em 1920, os sócios Barents, Roth e Niewenhuis, criaram a atual empresa, que hoje possui fábricas em quatro países europeus e exporta para todo o mundo – inclusive para as prateleiras do BigLar. Entre as marcas mais concorridas, estão: Saroti, Alpia – super-cremoso – e Duc D’O, esta última com delicados bombons recheados que derretem na boca, nas variações: ao leite, branco e amargo, além de tabletes com mousse de chocolate.
Chocolate no biscoito fino da Turquia
Pense em uma massa extremamente delicada e saborosa, envolta em generosas porções de chocolate ao leite ou amargo, combinada com ingredientes como: avelãs, frutas vermelhas, laranja e crocante com cereais. Essa é a receita das variedades oferecidas pela marca Biscolata, fabricada pela Şölen que, com apenas 30 anos de atuação, já se tornou conhecida em mais de 90 países por sua qualidade e sabor incomparáveis. Considerada uma das empresas mais inovadoras do país, possui duas unidades em Gaziantep e Istambul, que empregam mais de dois mil funcionários, responsáveis pela elaboração dos deliciosos biscoitos, wafers, chocochips (finíssimas lâminas de chocolate) e bolos que garantem à Şölen o 53º lugar no Candy Top 90, um dos rankings de confeitaria mais importantes do mundo. Os milhares de seguidores e fãs da marca no perfil @mybiscolata certamente concordam com este destaque.
Especialidades únicas da Polônia
Com sede em Opatówek, município de pouco mais de três mil habitantes perto da cidade de Kalisz, na Polônia, o grupo Colian fabrica alguns dos produtos mais diferenciados com chocolate, cuidadosamente preparados em suas quatro unidades distribuídas pelo país. Um deles, elaborado há mais de 30 anos da mesma forma artesanal, leva a marca Solidarnosc: uma ameixa típica aromática da região, escolhida manualmente, e totalmente coberta por puro chocolate de alta qualidade, uma verdadeira febre por lá. Outra especialidade muito apreciada, essa já com 60 anos no mercado, é o Śliwka Nałęczowska, especialíssimo bombom com cereja em calda e licor. Outro destaque é a linha Goplana, combinação de delicados waffles crocantes com chocolate e recheios cremosos, que inclui, ainda, os icônicos biscoitos Jeżyki com nozes e passas.
Cremosidade dos alpes suíços
A vaquinha Lila, toda trabalhada em tons de lilás, virou símbolo do melhor chocolate suíço nas embalagens dos produtos da marca Milka, fabricada pela Mondelēz International. Feito com leite 100% alpino, oferece uma suavidade e um sabor únicos, com textura aveludada e que torna praticamente impossível o desafio de comer só um pedacinho. A história de sucesso começou ainda em 1901, quando o chocolatier suíço Philippe Suchard iniciou a produção de suas deliciosas guloseimas em sua cidade natal, Serrieres, Neuchâtel. Assim nasceu a marca Milka, combinação preciosa do puro leite local com chocolate. Ao longo do tempo, surgiram várias criações com crocante, avelãs, morango e Oreo, e sua fama alcançou mais de 15 países, incorporando também recursos modernos como o flow pack, embalagem ecológica que substituiu a folha de alumínio. Hoje, são comercializadas cerca de 150.000 unidades em todo mundo, por hora.
História de amor eternizada em chocolate
Quem saboreia os deliciosos chocolates da marca belga Guylian, conhecidos especialmente pela incrível aparência marmorizada e formatos delicados, pode não imaginar, mas foi uma história de amor que deu início a um dos produtos mais desejados em todo o mundo. Tudo começou quando o chocolatier belga Guy Foubert e sua amada, Liliane, casaram-se em 1958 e imortalizaram no nome da empresa o amor – um pelo outro e pelo fino chocolate: Chocolaterie Guy-lian. Para comemorar a ocasião, Guy criou a famosa receita do recheio de praliné de avelã torrada e Liliane acrescentou o toque artístico aos bombons, esculpindo delicadas conchas e cavalos-marinhos em chocolate marmorizado branco e preto. Hoje, seus chocolates são consumidos em mais de 120 países, e o vínculo da marca com a preservação marinha se traduz no Projeto Seahorse que, desde 1998, colabora para a manutenção dos cavalos-marinhos e comunidades costeiras.
Paixão que atravessa gerações
Eram os idos de 1956 e Alfred Geltmeyer, nascido em Vrasene, na Bélgica, trabalhava na padaria da família, quando veio a ideia de criar um negócio mais especializado: um pequeno atacado de guloseimas. De lá para cá, a renomada marca Hamlet, com irresistíveis bombons, trufas que derretem na boca e barras generosamente recheadas por frutas secas e especiarias, cresceu e ganhou o mundo, chegando, em 2017, à administração da terceira geração da família. A linha Cupido é uma das mais concorridas, com trufas em flocos de chocolate belga, ao lado da Excelcium, com bombons variados de recheios cremosos em sabores incríveis como cappuccino, caramelo com amendoim, laranja crocante e damasco. Junto com os mais jovens, veio também uma grande preocupação com a preservação do meio ambiente e aproveitamento de recursos naturais. Entre os processos adotados em suas fábricas, estão o uso de painéis solares para geração de energia limpa e aproveitamento da água da chuva para saneamento.
Surpresa de sabores no chocolate belga
Os amantes do alimento dos deuses já sabem: chocolate de origem belga é qualidade garantida e sabor envolvente. Se combinado a ingredientes frescos, especiais e aromáticos, transforma-se em uma experiência culinária para todos os sentidos. Assim são os chocolates da marca Cachet, fabricados desde 1987 pela Kim’s Chocolates na simpática e pequenina cidade de Aarschot. Suas barras e bombons trazem combinações perfeitas com sal marinho orgânico, amêndoas, mel, menta e framboesa, além de opções com cacau da Tanzânia 40%. O cuidado com as matérias-primas é irrepreensível. Os sabores são todos naturais e a manteiga de cacau é 100% pura, sem adição de nenhuma gordura hidrogenada. A sustentabilidade também entra na receita: a empresa promove projetos sociais de educação e formação de crianças e agricultores na África Oriental.
Coração italiano, sabor gianduia
Uma das mais tradicionais fabricantes italianas de chocolates, a Pernigotti foi originalmente fundada em 1860, na cidade de Novi Ligure, na região de Piemonti, por Stefano Pernigotti. Desde o início, sempre se destacou pela inovação e qualidade de seus produtos, em especial os que levam gianduia em sua composição, preparado que mescla 70% de chocolate e 30% de pasta de avelã, como o Gianduiotto, Cremino e Nocciolato. Em 2014, a empresa foi vendida para a Toksöz, conglomerado de origem turca presente em 20 países, que mantém a excelência sempre característica da marca. Além dos tabletes cremosos e irresistíveis, um dos preferidos dos apreciadores da Pernigotti é o Classic Avelã, bombom que traz duas avelãs inteiras mergulhadas em puro chocolate. Como um diferencial adicional, todas as linhas possuem a certificação Kosher.
Ícone australiano que todo mundo quer
O nome divertido pode não denunciar a princípio, mas não se engane: você está diante de um dos maiores ícones da Austrália, os biscoitos Tim Tam. Lançados em 1964 pela empresa centenária de alimentos Arnott, estão presente em 95% dos lares no país, que consomem, a cada ano, cerca de 669 milhões de unidades – ou cerca de 27 bolachinhas para cada um dos 25 milhões de habitantes. Com massa leve e original, recheado e coberto com chocolate ao leite, amargo ou branco, faz jus à grande demanda, acompanhando, com perfeição, aquele café ou chá da tarde, ou mesmo, compondo sobremesas sem igual. Para garantir o segredo de sua alta qualidade, a empresa investe, todos os anos, mais de US$ 500 milhões na aquisição de ingredientes frescos de agricultores australianos.
Chocolate com propósito
Um produto que nasceu de uma causa e ajuda a divulgar seu propósito em todo o mundo. Assim são as barras de chocolate da marca holandesa Tony´s, codinome do jornalista Teun van de Keuken. Ao realizar uma matéria investigativa sobre a cadeia de produção do chocolate, o repórter descobriu que muitos fazendeiros de cacau da África Ocidental e seus filhos trabalhavam em condições insalubres e exploratórias, configurando uma verdadeira escravidão moderna. Disposto a acabar com esta prática e fomentar um ambiente de negócios verdadeiramente justo neste setor, em 2005, ele lançou sua própria marca de chocolate. O formato da barra, dividida em pedaços desiguais, ao mesmo tempo que remete à divisão inadequada de lucros e renda, reproduz, de certa forma, parte do continente africano. Em sua composição, como não poderia deixar de ser, só entram ingredientes obtidos pela comercialização justa. Oferecido em sabores como: ao leite com recheio de caramelo crocante e toque de sal marinho, ou amargo com amêndoas, é, hoje, um dos chocolates mais populares da Holanda, tanto pelo sabor como pela relevância social.