Com suas excelentes carnes e o famoso azeite, a culinária de Portugal faz sucesso em todo o mundo
Portugal, país localizado na extremidade ocidental da Europa, sabe aproveitar tudo o que o mar tem a oferecer. É ele que imprime a característica mais marcante à culinária portuguesa. Foi o mar que, no século XV, revelou uma nova dinastia e levou ao aperfeiçoamento da construção naval e ao domínio da navegação astronômica pelos portugueses.
Fernando Pessoa disse: “o mar sem fim é português”. E o mar serve a Portugal peixes e mariscos frescos, ingredientes que fazem parte da história gastronômica lusitana, em receitas tradicionais, como cataplanas e caldeiradas. A gastronomia de Portugal se baseia em produtos de genuína qualidade, preparados de acordo com as receitas tradicionais ou seguindo tendências mais inovadoras e inusitadas. A cataplana é um recipiente culinário composto por duas calotas que se fecham hermeticamente. Nela é feita a Cataplana à Algarvia.
De norte a sul, Portugal oferece excelentes carnes, seja de vitela, de porco ou de cabrito. E ainda legumes e frutas que conservam o gosto de antigamente. Em Lisboa, a gastronomia é tão convidativa como a cidade e a região. A sardinha assada é prato encontrado em todo o país, mas em Lisboa tem especial tradição nas festas dos Santos Populares, em junho. Sobretudo no verão, é iguaria obrigatória em um restaurante típico ou esplanada de praia, com pimentões assados, temperada com azeite português.
E por falar em azeite, ele é item indissociável da gastronomia portuguesa. De grande qualidade, está sempre presente e dá sabor a todos os pratos, principalmente nas receitas de bacalhau. Com aroma frutado, ligeiramente espesso, com cor de ouro ou amarelo esverdeado, amargo, picante ou mais adocicado, suave ou intenso. É assim o azeite português. Com ele, portugueses temperam os peixes, as sopas, as saladas, os queijos, pães etc.
Em pratos de carne, uma sugestão de todo o país é o cozido à portuguesa, uma mistura de carnes, legumes e enchidos variados (como o chouriço), cozidos de forma suculenta. O cozido à portuguesa tem séculos de história e é reconhecido como um dos pratos mais antigos de Portugal. É reivindicado pelos portugueses como o Monumento da Gastronomia Nacional, fazendo parte do menu de quase todos os restaurantes típicos.
E em Portugal, há o vinho certo para acompanhar cada prato. O país é famoso por seus rótulos do Porto, os tintos de mesa do Douro, do Alentejo e tantos outros. E para os amantes de queijos, o país europeu também é destino certo. Há o Serra da Estrela, mais antigo e famoso, feito com leite de ovelha, e com denominação de origem protegida. E ainda todos os do centro de Portugal, do Alentejo ou dos Açores. São queijos cremosos, untuosos ou secos, de cabra e de ovelha.
Os doces, com raízes nos muitos conventos onde eram preparados, fazem a alegria dos turistas que visitam Portugal. Entre os mais famosos, o pastel de nata, que vai sempre bem com o café expresso. Há ainda o arroz doce, leite creme, pão-de-ló, barriga de freira, papos de anjo, toucinho do céu etc. Cada região contém, no seu código genético, uma iguaria especial, capaz de surpreender o comensal mais exigente.
As frutas e legumes frescos estão na base da gastronomia portuguesa e das suas características mais mediterrâneas, de uma cozinha saudável, simples e variada. A Dieta Mediterrânea, aliás, classificada como Patrimônio Mundial pela Unesco, faz parte do bilhete de identidade da gastronomia portuguesa.
Enoturismo
Portugal é um país de forte tradição vitivinícola e a excelente qualidade dos seus vinhos tem reconhecimento em todo o mundo. Para apreciar e conhecer, nada como visitar as regiões onde se produzem, sendo os vinhos um excelente pretexto para descobrir também as paisagens, o patrimônio, a cultura e seu povo.
O Douro e o Alentejo são as regiões onde se concentra o maior número de espaços dedicados ao enoturismo. Em Algarve, há unidades de produção vinícola que recebem visitantes, seja para conhecer as vinhas, a adega, provar os vinhos e, porque não, pernoitar e conhecer toda a região.
É na região do Alto Douro Vinhateiro, criada em 1756, que se produz o vinho do Porto. Uma boa maneira de descobrir a região é a bordo de um cruzeiro, que permitirá visitar alguns dos locais mais emblemáticos ligados à produção dos vinhos do Douro e do Porto.
A fundação de Portugal começou pelo norte, berço das mais antigas famílias nobres. Por este motivo, é no norte onde se produzem os vinhos verdes. Lá estão inúmeros solares e casas senhoriais que, junto com os seus brasões, ostentam a mais aristocrática hospitalidade. Nesta região, ficam cidades históricas como Braga, Guimarães, Viana do Castelo e muitas outras, no litoral ou no interior, algumas delas às margens de rios.
Na região central, estão cidades patrimoniais como Viseu, Coimbra, Aveiro na costa, e ainda outros locais de charme como o Buçaco e termas centenárias. Por ali estão algumas propriedades de antigas caves portuguesas. O Alentejo também é uma região fértil no enoturismo. A vinha corre ao longo de extensas planícies e acompanha olivais.
Também merece destaque especial Reguengos de Monsaraz que, em 2015, foi considerada a cidade europeia do vinho. Do outro lado do Atlântico, destaca-se o Vinho Madeira que ganhou fama e prestígio, um verdadeiro “tesouro” que já no século XVIII era apreciado por reis, príncipes, generais e exploradores.
A força do azeite
País sob forte influência de clima mediterrâneo, em Portugal, a oliveira marca a paisagem desde tempos imemoriais. A qualidade dos solos e as variações climáticas determinam as variedades e as castas das oliveiras e, consequentemente, a qualidade e diversidade dos azeites produzidos. Deste modo, em torno deste ingrediente essencial da cozinha portuguesa podemos partir para a descoberta de cada uma das seis regiões com Denominação de Origem Protegida na produção de azeite: Trás-os-Montes, Beira Interior, Ribatejo, Moura, Alentejo Interior e Norte Alentejano.