O sol forte, típico da estação, é essencial para a absorção da vitamina D, nutriente mais importante para nosso organismo

Com as altas temperaturas do verão cresce também o número de banhos de sol, fundamentais para a absorção de vitamina D. Apesar de sempre ouvir falar sobre, muitas pessoas sequer sabem que ela, na verdade, não é uma vitamina, mas, sim, um esteroide. E, por isso, ela é tão importante para a manutenção da vida, essencial para o desenvolvimento de ossos firmes e fortes, e prevenção de doenças. A substância, na verdade, é um hormônio produzido pelo próprio corpo humano. Mas, quando descoberta, acreditava-se que ela só poderia ser adquirida por meio de alimentos. Foi na década de 70, que os cientistas descobriram que a vitamina era um hormônio e não uma vitamina, mas sua nomenclatura já estava consolidada e assim permaneceu. A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, para ser absorvida no intestino precisa da presença de gorduras, quando adquirida por meio de alimentos. Entretanto, desenvolve-se ao ficarmos expostos aos raios ultravioletas. Desta forma, a principal fonte de vitamina D é a nossa pele. Portanto, para manter a saúde do corpo, dez minutos diários de exposição ao sol – antes das 10 h ou após as 16 h – já são suficientes. Importante lembrar que a exposição excessiva ao sol é prejudicial ao organismo, pois pode favorecer, em longo prazo, a formação de câncer de pele, sobretudo em pessoas de pele e olhos claros e com antecedentes familiares nesta condição. Além disso, promove o ressecamento e envelhecimento da pele, assim como, gera a diminuição da imunidade da mesma, o que favorece o surgimento de infecções.

Importância

A importância da vitamina D pode ser vista quando ela está em falta no nosso organismo. Em adultos, os ossos se tornam frágeis (osteoporose), com riscos de fraturas espontâneas. Nessas situações, há, simultaneamente, uma perda de força muscular, o que pode facilitar quedas. Já em crianças, a deficiência acentuada pode comprometer o crescimento e levar a uma formação inadequada dos ossos, dando origem ao chamado raquitismo, situação em que existem deformidades ósseas. O organismo costuma apresentar alguns sintomas caso os níveis de vitamina D estejam baixos. São eles: fraqueza muscular, infecções recorrentes, espasmos musculares, problemas cardiovasculares, doença renal crônica, doença periodontal, diabetes, psoríase, depressão e artrite reumatoide. A reposição desse esteroide, quando necessária, é feita de forma oral (gotas ou comprimidos), diária ou semanalmente. Em alguns casos, também pode ser feita mensalmente, de forma injetável. Contudo, o diagnóstico e a reposição devem ser feitos apenas com acompanhamento de um especialista. Isso porque, em excesso, ela aumenta a concentração de cálcio no sangue, o que favorece a formação de cálculos renais. Os sintomas mais comuns de intoxicação pela vitamina D são náuseas, sede, fraqueza, nervosismo, aumento da pressão arterial e vontade de urinar.

Benefícios

A vitamina D é o hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo em nosso organismo, aumentando a absorção desses sais minerais no intestino, sendo responsável pela saúde de nossos ossos, e tem papel importante na força muscular. O cálcio e o fósforo são importantes para a contração muscular, valendo isso para todos os tipos de músculos, inclusive o coração. Quando há a deficiência da vitamina no organismo, é maior o risco de quedas e fraturas, devido à fraqueza muscular. No coração, tem influência no controle das contrações do músculo cardíaco, importante no bombeamento de sangue para o corpo. O nutriente é especialmente importante para a saúde das mulheres, já que, após a menopausa, há uma queda nos níveis de estrogênio, o que vai afetar a ação da vitamina D e, consequentemente, a absorção de cálcio pelos ossos.

Estudos

As células que fazem parte do sistema imunológico, como os linfócitos, têm receptores para a vitamina D, que atua no fortalecimento do sistema de defesa, auxiliando na prevenção de doenças. Há evidências que demonstram que uma concentração diminuída de vitamina D em crianças está associada a um aumento de incidência de diabetes tipo 1, e que a reposição de vitamina D em crianças diminui o risco futuro de diabetes. No entanto, tratam-se ainda de estudos observacionais e não há nenhuma pesquisa específica que permita confirmar estes dados. A vitamina D está sendo usada de forma experimental no tratamento de doenças autoimunes, pois se acredita que a substância poderia inibir de forma seletiva a reação do organismo de se autoatacar. Estudos observacionais em humanos sugerem uma associação entre diabetes tipo 1, esclerose múltipla e doença inflamatória intestinal. Existem, também, algumas evidências de que a deficiência da vitamina D durante a gestação está associada ao aumento de risco de hipertensão arterial ao diabetes gestacional, bem como ao nascimento de bebês com baixo peso ou pequenos para a idade gestacional. Uma vez que, mais de 50% das gestantes apresentam deficiência de vitamina D em graus variáveis, é consenso que devem receber suplementação. Isso atende também uma necessidade do feto, que depende exclusivamente da vitamina D materna. Estudos iniciais indicam que a vitamina D poderia auxiliar na prevenção de diversos tipos de câncer, já que atua no processo de diferenciação celular, evitando o aparecimento de células cancerosas. 

Como são estudos recentes, contudo, recomenda-se cautela, pois embora alguns demonstrem uma relação entre baixa concentração de vitamina D e câncer de intestino grosso (colón) e mama, estudos posteriores ainda não conseguiram confirmar essa associação.