Famoso no mundo todo, o queijo é um alimento versátil, mas ele faz sucesso mesmo é com um bom vinho
O mundo aprecia queijos. É um alimento que oferece uma ampla gama de texturas, sabores e cheiros, sendo um dos mais versáteis que existe. Pode ser consumido derretido, em cubinhos, ralado, fatiado, na lasanha ou na pizza, sozinho, harmonizando com um bom vinho.
Pesquisadores acreditam que a produção de queijo teve início no desenvolvimento da agricultura, no período Neolítico (há cerca de 8.000 anos a.C.). Estima-se que existam mais de dois mil tipos de queijos. Cada um com propriedades e sabores próprios. Isso porque cada país e região são capazes de produzir um queijo único, baseado na sua gastronomia, no seu método de produção, tipo de leite e clima.
É possível passar uma vida inteira apreciando queijos e não conseguir provar todos. Somente na França, por exemplo, são mais de 400 tipos. Há queijos ingleses, holandeses, suíços, italianos e brasileiros. São identificados sete tipos de queijo: fresco, fresco curado, branco mole, semimole, duro, azul e temperado.
Os queijos mais famosos e consumidos
Reunimos alguns dos queijos mais consumidos no mundo e também algumas dicas de combinações e harmonizações com vinhos sugeridas por Luiz Roberto C. Lima, sommelier da Cave Noble BigLar.
É, talvez, um dos queijos franceses mais famosos do mundo, originário da província de Brie. Feito a partir do leite de vaca, suas principais características são a cor pálida, com crosta branca aveludada e o sabor suave e marcante. Conforme a maturação, seu sabor fica mais forte e sua textura cada vez mais cremosa.
Cai bem com: massa folhada, canapés, maçã, pera, morango, uva, framboesa, pêssego, biscoitos, torradas, geleias, amêndoas ou nozes caramelizadas.
Para harmonizar: Espumante rosé português Marquês de Marialva Beira Atlântico.
Uma das estrelas da gastronomia italiana, o queijo Burrata, que significa “amanteigado” em italiano, trata-se de um queijo fresco feito a partir de uma mistura de um queijo muito similar à muçarela e creme de leite. A casca fina exterior é uma “pasta filata”, feita de muçarela de búfala ou vaca, enquanto a parte interna contém uma mistura suave, pastosa e fibrosa de coalhos de muçarela e creme de leite fresco.
Cai bem com: pizzas, pestos, salada caprese, aspargos, risoto, manga, manjericão, vinagre balsâmico e melancia.
Para harmonizar: Vinho branco italiano Settearchi Fiano.
É um queijo de origem suíça, amarelo, duro e com grandes buracos característicos. Seu sabor é suave e ligeiramente adocicado, quando jovem, e mais picante e marcante, quando maturado. Feito com leite de vaca cru ou pasteurizado, necessita de 10 semanas de maturação, que resulta em um queijo mais macio e que derrete com facilidade.
Cai bem com: nozes, fondue, massa folhada, presunto serrano, uvas, morangos, tâmaras, figos, passas.
Para harmonizar: Vinho branco uruguaio Juan Carrau Reserva Chardonnay.
Um dos maiores representantes italianos entre os tipos de queijo, o Grana Padano está no grupo dos queijos duros. As cascas podem tanto ser lustrosas quanto ásperas, em função do tratamento dado durante o processo de prensagem. Com a maturação, os queijos adquirem sabores marcantes e complexos. A textura é, geralmente, granulada e pode dar uma sensação crocante como se houvesse pequenos cristais.
Cai bem com: gratinados, por derreter bem, assim como em massas, risotos, saladas, legumes, frangos e demais carnes.
Para harmonizar: Vinho tinto italiano Amarone della Valpolicella DOCG Zonin.
O Gruyère é um queijo de origem suíça, produzido na cidade de Gruyères. Ele é duro, salgado e levemente picante. Sua maturação leva de 3 a 12 meses, resultando em um produto amarelo, de textura mais macia e com pequenos buracos.
Cai bem com: saladas, sanduíches, pães, canapés e fondues.
Para harmonizar: Vinho branco argentino Mosquita Muerta Blend de Brancas.
O Gorgonzola é um queijo italiano com riscos azuis, feito com leite de vaca pasteurizado. Ele é considerado o primeiro queijo azul da história e existe há mais de mil anos. Sua maturação é de dois meses (quando tem sabor mais suave e textura macia) a três meses (quando se torna picante, com sabor e aroma intensos).
Cai bem com: damasco, amêndoas, castanhas ou nozes, em sobremesas, patês e molhos.
Para harmonizar: Vinho doce italiano Sant’Atimo Vin Santo DOC Il Poggione ou o vinho frisante e doce italiano Moscadello di Montalcino DOC Il Poggione.
Queijo duro holandês, amarelo e com furos, bastante gorduroso e de sabor requintado. O aroma do Prima Donna é muito exclusivo e distinto. São quatro diferentes variedades, cada qual com seu aroma e características próprias: fino, maturo, forte e leggero – o mais leve, contendo menos gordura (30% de gordura em extrato seca), opção ideal para os aficionados por queijos saudáveis.
Cai bem com: pratos quentes, pois possui boas características de derretimento. Bom para risotos, bruschettas, espaguetes, lanches, pizzas, saladas e sopas.
Para harmonizar: Vinho tinto italiano Governo di Castellare IGT Toscana.
Para os dias frios: Fondue
No inverno ou durante dias mais frios, os queijos entram como ingredientes em sopas e fondues. Tradicional receita suíça, os fondues podem ser à base de queijos – o mais convencional, chocolate e filé mignon.
É possível comprar a mistura para o fondue já pronta ou providenciar os queijos, que podem ser mais simples ou sofisticados.
O fondue de queijo utiliza como clássicos o creme de queijos gruyère e emmental, mas também pode ser feito com queijo prato, estepe e até a muçarela. Nele, são mergulhados pedaços de pão italiano, ciabatta, francês, australiano, carnes, camarões, embutidos, castanhas, legumes e verduras.
Aqui separamos duas sugestões de harmonização do sommelier Luiz Roberto C. Lima, da Cave Noble BigLar:
Fondue de queijo: Vinho branco chileno Loma Negra Reserva Gewürztraminer.
Fondue de filé mignon: Vinho tinto francês Château Savariaud AOC Bordeaux Supérieur.