Com ingredientes de altíssima qualidade, os chocolates belgas e suíços valem a fama que têm

Quando se fala em chocolate de alta qualidade, os belgas e suíços são usados como referência. Basta estar escrito nos rótulos “chocolate belga” ou “chocolate suíço” para atrair a atenção dos chocólatras de plantão. Eles também podem aparecer em pastas de amendoim, cafés especiais, suplementos nutricionais, biscoitos, e em mais uma infinidade de alimentos. Mas, afinal, o que estes chocolates têm de tão especial que todos querem prová-los?

O nome é autoexplicativo: um chocolate suíço foi produzido na Suíça e um belga, na Bélgica.

Chocolates belgas

O chocolate aparece no Top 4 das delícias gastronômicas da Bélgica, ao lado da cerveja, batata-frita e waffles. Esta história do país com o chocolate começou por volta de 1635, quando o chocolate chegou à Europa pelos espanhóis, que ocupavam a Bélgica naquela época. Nos séculos seguintes, a iguaria ficou muito popular entre a elite belga, principalmente na forma líquida e quente, já que o frio sempre foi muito presente no país.

Com isso, as importações de cacau cresceram ao longo dos anos, e o chocolate passou a ganhar outros formatos e a ser misturado com ingredientes, dando origem a novos sabores para a degustação. Uma destas criações é o pralinê belga (bombons de chocolate com cascas endurecidas e recheios pastosos), invenção de Jean Neuhaus, cuja marca ainda é uma das mais tradicionais da Bélgica.

Pralinê Belga

As primeiras fábricas de chocolate no país nasceram ainda no século XVII e se tornaram parte de uma grande indústria dois séculos depois. Este cenário era liderado pelas primeiras famílias, locais e de imigrantes, que começaram a produzi-lo comercialmente.

O chamado “chocolate belga” é famoso pela sua associação à alta qualidade, o que envolve a boa procedência dos ingredientes e um rigoroso processo de fabricação. Os belgas desenvolveram técnicas de produção e aprimoramento, regulamentadas desde 1884, com o propósito de evitar adulterações e a e produtos de baixa qualidade. O resultado é um chocolate irresistível, como o praliné.

E isso tem dado certo, visto que o chocolate belga é premiado – e apreciado – no mundo inteiro. Cremoso e com um sabor de cacau mais amargo e intenso, ele costuma ter, pelo menos, 35% de sólidos de cacau e elevada densidade de manteiga de cacau. Consequentemente, acaba levando menos leite e açúcar, e gorduras vegetais não fazem parte de sua composição.

Tour do chocolate pela Bélgica

A região de Flandres, onde fica a capital, Bruxelas, é a parte do país com a maior concentração de lojas de chocolate, com uma grande variedade de produtos, espalhadas pelas ruas de comércio das grandes cidades, estações de trem, aeroportos e galerias.

Bruxelas, aliás, é conhecida como Capital Mundial do Chocolate, e não poderia deixar de abrigar o Museu do Cacau e do Chocolate, que conta a história da iguaria por meio de demonstrações e exibições, além de proporcionar aos visitantes uma amostra de como é o processo de fabricação e, ainda, uma degustação ao final da visita.

Na cidade, ainda é possível fazer um tour de degustação, com duração de cerca de duas horas, que passa por grandes marcas, como Godiva, Neuhaus e Leonidas, além das lojas próximas à Grand Place e às Galerias Reais Saint Hubert. O ponto de encontro é em frente à prefeitura, na Grand Place.

Bruxelas é conhecida como Capital Mundial do Chocolate

Uma curiosidade é que o Aeroporto Internacional de Bruxelas é, globalmente, o lugar que mais vende chocolate, com cerca de 1,6 kg do produto vendido por minuto. Bruges é outra cidade turística belga, conhecida e procurada por sua atmosfera medieval, onde é possível encontrar muitas lojas de chocolate artesanal.

Chocolates suíços

Ao lado dos relógios, canivetes e queijos, o chocolate suíço tem reconhecimento mundial por ser um dos melhores. Ainda mais cremoso que o belga, ele leva uma maior porcentagem de leite na composição, o que deixa sua textura mais aveludada e faz com que o chocolate derreta com maior facilidade no nosso paladar.

Fonte de chocolate no museu da Lindt

Outro diferencial do chocolate suíço está em sua produção, que passa por um processo chamado “conchagem”, método criado por Rudolphe Lindt – chocolatier e fundador da fábrica de mesmo nome –, em que o chocolate derretido passa por mistura, agitação e aeração, para deixá-lo com sabor e textura mais equilibrados. Além disso, o chocolate conta com uma média de 30% de sólidos de cacau.

Tour do chocolate pela Suíça

Um passeio pela Suíça que une turismo e chocolate é o Trem do Chocolate, que parte da estação principal de Montreux, na Suíça francesa, e corta o cantão de Fribourg, ao norte da cidade. O trem oferece café da manhã com chocolate quente, croissant de chocolate e chocolatinhos suíços.

O trajeto passa pela cidade de Bróc, onde se encontra a Maison Cailler, a mais antiga fábrica de chocolate da Suíça, fundada em 1898. Na visitação, que começa pela loja de chocolates da marca, o público é envolvido pelas histórias do cacau, da invenção do chocolate, do leite suíço e da produção do chocolate. Mas o “grand finale” fica por conta da sala de degustação, na qual o visitante pode se deliciar com uma variedade de chocolates. O tour ainda pode contar com o workshop “Atelier du Chocolat”, no qual é ensinado a fabricação dos doces aos inscritos.

Chocolates Neuhaus, tradição desde em 1857

Já em Zurique, é possível enconc. O complexo de seis mil m² foi construído em Kilchberg, ao lado da fábrica de Lindt, que está lá desde 1899. Logo no saguão principal, os visitantes são surpreendidos com uma fonte de chocolate de nove metros sustentada por 1,5 mil litros de chocolate. Os visitantes, então, conhecem o processo de fabricação do chocolate, desde o cultivo de cacau em Gana até a produção dentro da própria unidade. Ao final da exposição, claro, uma série de chocolates os aguarda na sala de degustação, e quem desejar pode por a mão na massa, pois o museu também oferece cursos.