Popular no mundo inteiro‘ o macarrão possui diversos tipos que exigem diferentes modos de preparo
Considerado um alimento acessível para a maioria da população, o macarrão faz parte da cultura culinária de diversos países. Uma prova de que o alimento não está restrito às fronteiras é o fato de ser impossível apontar uma pessoa ou um povo responsável pela origem dele.
Para alguns historiadores, o macarrão começou a ser produzido por volta de 2.500 A.C., quando o homem descobriu que era capaz de moer cereais e misturar com água para obter uma pasta que era assada ou cozida. Entre os possíveis candidatos a “criadores” do macarrão estão os chineses, italianos e árabes.
Apesar dessa origem controversa, é fato que o macarrão chegou ao Brasil por meio dos imigrantes italianos, que desembarcaram no país na segunda metade do século XIX. Logo, o alimento se popularizou, tanto pelo sabor quanto pelo baixo custo.
Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), 44,5% dos brasileiros consomem massas semanalmente. O macarrão está presente em 98,8% dos lares pelo país. De acordo com a Organização Mundial de Pasta (IPO), o Brasil já é o terceiro maior produtor mundial de macarrão.
Ao longo dos séculos, as formas de preparo foram sendo adaptadas e o macarrão ganhou diferentes formas. De modo geral, os tipos costumam ser classificados em dois grupos. O primeiro é o das Massas Longas, que tem como exemplos: o espaguete, o cabelo de anjo e o ninho. O segundo é o das Massas Curtas, que tem como representantes: rigattoni, penne, gravata e parafuso.
A chef de cozinha e top 4 na edição de 2019 do reality show MasterChef Brasil, Juliana Nicoli, compartilhou algumas das suas receitas nesta edição da revista Diferente Pra Você e falou que a principal diferença no preparo dos tipos diferentes de macarrão é o tempo de cozimento.
Uma dica da chef é cozinhar dois minutos a menos do tempo indicado na embalagem e finalizar os últimos dois minutos junto com o molho, para agregar mais sabor à massa.
“Lembrando que dependendo da quantidade de massa que for fazer, você tem que ter bastante água. Somente use sal na água de cozimento e nos primeiros dois minutos, você precisa mexer até que a água volte a borbulhar. Esse processo é importante para soltar o amido que faz o primeiro contato entre massa e água”, explicou.
Para Juliana, o fato de o macarrão poder ser feito com ingredientes simples o torna tão popular ao redor do mundo, além de oferecer diversas possibilidades de preparo e de acompanhamento.
“A gente consegue fazer uma massa com três ingredientes e também com 20. Tudo que você tem na geladeira pode ser um molho ou preparação para essa gastronomia, o que faz com que seja fácil de ser disseminada, além de ser muito deliciosa”, comentou.
Além dos tipos já citados, existem variações de macarrões que são desconhecidas do grande público. Um exemplo é o linguine, que é uma espécie de espaguete esmagado. Chato e de formato arredondado, ele possui diversos tamanhos, podendo ser utilizado com os mesmos molhos que o seu semelhante.
Outro exemplo é o fettuccine, formado por uma massa longa e chata, sendo uma versão ainda mais “esmagada” do linguine. Esse formato se consagrou por se encaixar melhor com molhos cremosos e mais espessos.
Por fim, entre as massas menos populares no Brasil, podemos citar a pappardelle. Esse é o tipo de macarrão mais largo que há, o equivalente a três fettuccines lado a lado. Por conta dessa característica, muitas pessoas consomem espetando o macarrão, já que é quase impossível de enrolar no garfo sem provocar uma bagunça no prato. É uma massa adequada para preparos em pedaços, como molhos com carne.
Molhos
Assim como toda massa, o macarrão tem o seu sabor elevado quando é harmonizado com algum acompanhamento. Segundo Juliana, os diferentes tipos de macarrão também exigem molhos diversificados para atingir o máximo de sabor.
De acordo com a chef, o espaguete vai bem com molhos mais encorpados e pode até conter pedacinhos de outros produtos, como proteínas. Molhos densos como o carbonara harmonizam bem com esse tipo.
Já no cabelo de anjo, o ideal é utilizar molhos com mais água, como sopas e azeites, para não manipular tanto a massa. O penne pode incorporar acompanhamentos mais grossos e maiores, como linguiça e tomate, além de molhos cremosos como requeijão. A gravata, por sua vez, é uma massa mais lisa e funciona tanto com acompanhamentos fluidos quanto grossos.
“Eu adoro o rigattoni, que é uma massa curta, mas tem uma abertura interna maior, que você pode fazer recheado no forno ou à carbonara. Os molhos entram no rigattoni e depois explodem na boca”, afirmou Juliana.
A chef ainda cita mais dois exemplos de macarrão que não são tão populares no Brasil, mas tem potencial para agradar pelo sabor.
“A gente tem o espaguetone, que é um pouco mais grosso que o espaguete e traz mais potência de sabor da massa em qualquer tipo de molho grosso e picantes. Tem também o risoni, que parece um grão de arroz, e pode ser feito como massa, mas também como se fosse um risoto, como risoni doce. Os dois são passíveis de receitas surpreendentes”, comentou.\
“A gente consegue fazer uma massa com três ingredientes e também com 20. Tudo que você tem na geladeira pode ser um molho ou preparação para essa gastronomia, o que faz com que seja fácil de ser disseminada, além de ser muito deliciosa”
Juliana Nicoli, chef de cozinha