Saber o que colocar na lancheira das crianças faz toda a diferença para manter uma alimentação saudável durante o período escolar
A alimentação infantil é um dos primeiros passos fundamentais nos cuidados com a saúde, visto que a seleção criteriosa dos alimentos incentiva hábitos alimentares positivos desde os primeiros anos de vida, além de evitar complicações no aprendizado da criança.
À medida que o início do ano letivo se aproxima, os pais e responsáveis enfrentam não apenas a tarefa de adquirir uma extensa lista de materiais escolares, mas também a preocupação de criar uma lancheira infantil saudável e prática para o dia a dia. Mais do que simplesmente seguir a tendência de lancheiras visualmente atrativas para os pequenos, é essencial entender a importância da alimentação saudável na vida deles.
A nutricionista Milene Henriques, criadora do método Bebê Bom de Garfo (bebebomdegarfo.com.br) destaca que algumas crianças realizam mais da metade de suas refeições no ambiente escolar. Por isso, é necessário uma abordagem cuidadosa na escolha dos alimentos que compõem a lancheira, reconhecendo a escola como um ambiente fundamental para a nutrição infantil.
Planejamento: o mais importante
Segundo a nutricionista Milene Henriques, o lanche não pode ser negligenciado e jamais visto como um luxo na hora de preparar a lancheira – é preciso garantir alimentos saudáveis e de qualidade. “Isso vai ter um grande impacto na saúde da criança e também na aprendizagem. Se, por exemplo, colocarmos alimentos industrializados, como o açúcar, pode ocasionar uma agitação no cérebro da criança, resultando em dificuldades de foco e concentração e a transformando em uma criança extremamente agitada”, explica.
Além disso, Milene ressalta que a falta de ferro pode causar consequências no déficit de atenção. “Se uma criança também tiver falta de ferro, ela não vai ter oxigenação cerebral suficiente para que consiga aprender. Então é realmente muito importante que a gente leve em consideração esses aspectos e ofereça uma refeição completa.”
O fato de algumas crianças passarem o dia todo na escola – devido a algumas serem de período integral – elas precisam receber pelo menos três refeições completas. “Refeições completas são aquelas que têm todos os grupos alimentares, que incluem café da manhã, almoço e jantar. Por exemplo, não é ideal mandar somente uma fruta, é preciso oferecer uma fonte de carboidrato, uma fonte de proteína, de vitaminas e minerais que podem ser frutas, verduras e legumes.”
“É por meio do lúdico que a criança aprende a escrever, a brincar, a criar boas memórias, contribuindo para uma experiência positiva e promovendo habilidades interpessoais saudáveis”
Milene Henriques, nutricionista
Evite processados e industrializados
Ainda, Milene explica que a escolha dos pais em inserir alimentos industrializados nas lancheiras pode ser devido à praticidade, mas é importante que esse fator seja evitado. “Se os pais não conseguirem abrir mão por completo dos alimentos industrializados, é preciso fazer boas escolhas, como ler rótulos e escolher opções mais limpas para a criança”, enfatiza.
Existem alternativas viáveis para substituir os alimentos industrializados e processados. Uma opção é preparar em casa algum alimento que a criança aprecie bastante. “Por exemplo, se o seu filho gosta de nuggets, que não é saudável, mas faz questão, os pais podem optar por fazer nuggets caseiros. Além de representar uma alternativa mais saudável, você tem a oportunidade de enriquecer a receita com nutrientes adicionais”, destaca Milene.
Essa alternativa também facilita a introdução de outros alimentos. “Preparar o nugget caseiro é uma forma de expandir o consumo de outros alimentos que podem estar presentes na receita”, explica.
Proteínas e carboidratos são fundamentais
Na hora de preparar a lancheira, é importante saber que carboidratos são fontes de energia para o organismo, porém não podem se apresentar em excesso. Eles são construtores que colaboram para o crescimento da criança de forma saudável.
De acordo com Milene, as indicações são incluir alimentos como: queijos, iogurtes, panquecas, crepiocas, carnes desfiadas em sanduíches, bolinhos, castanhas, leite puro, sardinha ou atum. Ela ainda recomenda evitar queijos muito amarelos e optar pelos iogurtes que tenham menos ingredientes, por serem mais naturais.
Educativa e divertida
A estratégia para tornar a experiência alimentar mais divertida e educativa é incorporar elementos lúdicos, uma vez que as crianças aprendem de forma mais eficaz por meio deles. “É por meio do lúdico que a criança aprende a escrever, a brincar, a criar boas memórias, contribuindo para uma experiência positiva e promovendo habilidades interpessoais saudáveis”, finaliza a nutricionista.