Ele tem uma rotina puxada. Além das atribuições como diretor-executivo da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), como presidente da Câmara Setorial da Soja do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Arefloresta (Associação de Reflorestadores do Mato Grosso), realiza ainda programas de televisão e palestras. Mesmo assim, o engenheiro agrônomo, jornalista e produtor rural Glauber Silveira da Silva acha tempo para se dedicar à culinária, uma de suas paixões.
“Minha família sempre gostou muito de comer e de cozinhar. Desde pequeno, via meus pais e meus avós preparando receitas que reuniam toda a família, então comecei a me arriscar na cozinha muito cedo”, conta Silva. “Um dos pratos que mais me marcaram é o que minha ‘vó’ fazia, o macarrão tropeiro, que é frito com charque, e usa bem pouca água, justamente porque na época dos tropeiros eles tinham que economizar. Hoje, é o prato predileto que preparo para a Nathália, minha filha.”
Silva revela que morou por muitos anos na fazenda, no interior do Mato Grosso, tendo contato com os ingredientes naturais produzidos pela terra. “Gostava muito de reunir os amigos e preparar receitas diferentes. Mas, mesmo mais novo, quando era seminarista, tinha que mexer com a horta, e depois passei a auxiliar no preparo das receitas”, diz. “Em casa, com meu pai, com apenas 10 anos eu já fazia uns bolos diferentes, confeitados, com umas combinações malucas lá, com goiabada, leite condensado, gemada. Ele gostava tanto que todo dia eu acabava fazendo um bolo diferente”, lembra.
Com o tempo, o produtor rural adquiriu não apenas uma grande habilidade na gastronomia, mas aprendeu quase que intuitivamente a identificar ingredientes e reproduzir delícias. “Sou bastante curioso e gosto de pesquisar, aprender novas receitas. Quando experimento um prato no restaurante, até já sei como foi feito, depois me divirto tentando reproduzir e até incrementar a combinação”, detalha. Foi assim que ele chegou a uma das iguarias mais apreciadas pela família: o arroz negro com frutos do mar, que conheceu durante uma viagem ao Peru.
Camila, o arroz negro acabou sendo inspiração para a receita preparada para o BigLar. “Para celebrar a época junina, fiz uma adaptação, usando galinha caipira e creme de queijo. Ficou uma opção muito gostosa e elogiada por todos que provaram, vale a pena incluir no cardápio essa alternativa, fará sucesso nas festas!”. Para completar o menu, não podia faltar a sobremesa: pavê de paçoca. “Peguei outro ingrediente que simboliza esse período do ano, o amendoim, e juntei com tudo o que todo mundo gosta: chocolate, chantilly e bombons. Ficou bem crocante, não tem como não apreciar.”
Para quem quer se aventurar no mundo das panelas, Silva recomenda começar pelo básico, arroz e feijão mesmo, e colocar amor e dedicação. “Com esses pratos bem-feitos, é mais fácil depois passar a combinações mais elaboradas. E usar muito bem os temperos também é importante, pois faz toda a diferença no resultado final. Eu já errei muito, colocando muito sal e pimenta, por exemplo, mas você vai repetindo, estudando, pegando referências, e tentando até conseguir e ficar do jeito que você quer. É assim que a gente aprende a fazer os pratos mais gostosos.”