Ela é gastróloga de mão cheia, formada em Gastronomia, unindo conhecimento técnico ao dom de encantar os mais diferentes paladares. É proprietária e chef do restaurante Strogo & Cia, e produz ainda cardápios deliciosos em seu serviço de buffet para festas e confraternizações. Mas a rica trajetória de Daniella Reuter no incrível mundo dos sabores começou muito antes desse ofício tão especial se tornar sua meta de vida e proporcionar a realização de todos os dias.

“Eu era bem pequenininha, minha mãe estudava e eu ficava com a minha avó materna, e ela sempre cozinhou muito bem. Lembro que chegou até a ter um restaurante também e fazia receitas por encomenda”, conta a chef. “Eu pegava meu banquinho e colocava do lado da mesa onde ela estava esticando massas, fazendo esfihas ou roscas húngaras – só de lembrar já me dá água na boca. Ela dizia que queria só ver se quando eu crescesse eu ia querer cozinhar. E não é que a cozinha virou, além de minha paixão, minha profissão?”

Daniella recorda que alguns pratos remetem diretamente a momentos alegres e a ocasiões especiais em família. “Não existe nada que me faça mais feliz do que um prato quentinho de comida com cheirinho de infância! Tem a lasanha verde à bolonhesa com muito queijo, com a massa caseira e molho bechamel também feito em casa, além de um toque de calabresa no molho. O frango com catupiry que minha tia Leninha cozinhava e que me fazia esperar ansiosa pelo aniversário dos meus primos”, diz, aos risos. “E outra maravilha era ainda o charlote, que também era preparado em datas especiais pela minha vó.” 

Para os leitores da revista do BigLar, a chef ensina a fazer uma receita que também está cuidadosamente guardada no caderninho do coração: o Peru ao molho de espumante. “Eu amo o Natal, é uma das minhas datas comemorativas preferidas no ano, mas nunca gostei muito do peru. Achava seco, sem gosto, mas minha vó paterna dizia que tínhamos que comer para dar sorte, era a tradição, e aí eu comia na marra”, comenta de forma bem-humorada. “Quando estudei gastronomia, aprendi a trabalhar com os temperos e entendi o que poderia agregar ou não ao sabor e à textura, e resolvi criar minha própria receita. Hoje, acho o peru uma delícia e é um dos pratos mais pedidos no meu cardápio de ceia natalina.”

A quem pretende se aventurar nas panelas, Daniella acredita que o primeiro passo para o sucesso é amar verdadeiramente a cozinha e seus segredos. “Tem que apreciar não apenas a parte boa, de exercitar sua criatividade e talento, descobrir uma combinação diferente, mas estar preparado também para os desafios, pois é bastante trabalho, dedicação e até perrengues, tudo isso faz parte. Em compensação, para quem se identifica de verdade com essa atividade, é muito gratificante!”, afirma a chef. “E tenha a seu lado pessoas em que você confia e que compartilhem desse mesmo sentimento pela culinária. Sempre digo que todos que comem da minha comida levam um pedaço de mim, porque faço tudo com o coração.  É incrível ver uma pessoa com a carinha feliz de estar saboreando um prato feito por mim, isso não tem preço!”

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Você sabia?

Uma das receitas preferidas da chef Daniella, a charlote tem origem na culinária russa. Dizem os estudiosos que sua criação no século 18  foi uma homenagem à rainha da Inglaterra, Charlotte, esposa do rei George III, mas há também versões que apontam que foi um presente do chef francês Antoine Carême aos czares russos. Em sua receita original, é feita com ganache de chocolate entre biscoitos tipo champanhe e servida gelada.