A combinação de uma cervejinha gelada e um tira-gosto saboroso fica ainda melhor quando há o perfeito equilíbrio de sabores

O termo “sextar” já é famoso nas redes sociais e celebra, com entusiasmo, a chegada da sexta-feira, o dia que é considerado o abre-alas para as diversões do fim de semana. Por coincidência (ou não), todos os anos, na primeira sexta-feira do mês de agosto, é comemorado o Dia Mundial da Cerveja, data que em 2024 cai no dia 2. Um motivo a mais para manter a tradição, tomar uma gelada e confraternizar com os amigos.
Bebida alcoólica mais consumida no Brasil e no mundo atualmente – e terceira colocada na classificação geral, atrás da água e do café –, a cerveja está na história faz tempo. Há registros de sua produção desde 6000 a.C. pelas civilizações sumérias, ao sul da Mesopotâmia (atual Iraque e Kwait). Inscrições feitas em pedras mostram a importância da bebida para esses povos, que a ofereciam aos deuses.
Com o passar dos séculos, vários modos de preparo da cerveja surgiram em diversos cantos do mundo e estima-se que hoje existam mais de 150 tipos, cada um deles com características próprias. E esses estilos cervejeiros, assim como acontecem com os vinhos, harmonizam com pratos distintos, resultando em uma união perfeita de sabores, aromas e texturas. Não há nada melhor do que saborear um delicioso petisco durante alguns brindes de seu estilo de cerveja preferido.

As cervejas do estilo IPA harmonizam perfeitamente com carnes vermelhas

Pilsen e os petiscos de bar

A Pilsen, ou pilsner como é chamada pelos europeus, é uma cerveja do estilo Lager, de sabor suave, amargor levíssimo, aroma de lúpulo e cor clara, dourada e brilhante. Originária da cidade de Pilsen, na República Tcheca, no século XIX, ela é caracterizada por sua baixa acidez e corpo leve.
Uma boa combinação para esse tipo de cerveja são comidas gordurosas, aquelas encontradas em bares e festas “de buteco”. Servir salgados fritos, entre eles coxinhas, pastéis e croquetes, e petiscos mais tradicionais, como: batata frita ou rústica, mandioca frita, iscas de frango e amendoins, fazem com que seja possível sentir o sabor tanto da cerveja quanto do petisco. A tábua de frios também ganha espaço, com queijo muçarela, ovo de codorna, salaminho e azeitona.
Por falar em Pilsen, as cervejas que no Brasil recebem esse nome, geralmente são, na verdade, American Lager. Esse estilo, tradicional nos Estados Unidos e que, mesmo com outro nome, é o preferido entre os brasileiros, inspira-se na Pilsen, porém seus rótulos levam outros cereais na receita.

Cerveja Stout com ostras

Carnes, queijos e agridoce com a IPA

Sigla de Indian Pale Ale, a IPA caiu no gosto dos brasileiros no momento em que as cervejas premium foram popularizadas. Ela é uma cerveja de características únicas, em que a alta concentração de lúpulo é responsável pelo amargor, além de apresentar aromas característicos e geralmente alto teor alcoólico.
São dezenas de variações dentro do estilo Pale Ale, com destaque para: American IPA, English IPA, Black IPA, Session IPA e Belgian IPA. Na hora de harmonizá-las é preciso atenção, pois a natureza amarga das IPAs, se mal combinada, pode causar estranheza no paladar. Uma dica sem erro são as carnes de churrasco, costela e linguiça assada, além de hambúrguer e bacon. Nesse “caldeirão” de acompanhamentos vale ainda anéis de cebola com molho, salame, focaccia, parmesão, provolone e pratos picantes e agridoces, como os das culinárias tailandesa e indiana.

As cervejas do estilo Weiss combinam bem com frutos do mar

Weiss: peixes e comida mexicana

Uma cerveja de trigo, a Weiss tem origem alemã, mais especificamente da região sul do país europeu. Também chamada de Weizen, ela possui aromas e sabores frutados, com notas de banana e de condimentos como o cravo, são refrescantes, possuem cor clara e densidade mais cremosa.
A versatilidade da Weiss abre espaço para petiscos mais leves e, até mesmo, saudáveis. Atum, bolinho de bacalhau, camarão frito, mexilhões, lagosta, salmão, truta e mais dezenas de peixes e frutos do mar aparecem no topo dessa lista de tira-gostos. Pratos típicos mexicanos (guacamole, tacos, tortillas e burritos), patê de grão-de-bico, sushi, risoto, cuscuz e salada também entram nas possibilidades de combinação.

Queijos combinam bem com witbiers

Stout: jamón, gorgonzola e ostras

O malte intensamente torrado é o que mais agrada aos paladares dos fãs da Stout, uma cerveja escura e de espuma clara, altamente carbonatada e de sabor robusto e intenso, bem característico das cervejas escuras como as Porters.
Esse “amargor agradável” da Stout lembra aromas e sabores de café (decorrente do processo da torra do malte), chocolate e caramelo, o que a coloca em perfeita harmonia com doces, como: cheesecake, tiramisu, petit gateau e brownie, mas também há a possibilidade de beliscar petiscos salgados.
Também vale nessa união de cerveja e petisco uma tábua de frios “premium” com presunto de Parma, pancetta e jamón. Outras dicas de acompanhamento vão das ostras aos queijos gorgonzola, parmesão e golda, além de carnes defumadas com bastante molho barbecue.

Peixes e queijos leves com a Witbier

Igualmente preparada à base de trigo, a Witbier é uma receita de origem belga. Perfeita para amenizar os dias de temperatura mais alta pela sua refrescância e sabor, ela é uma bebida leve e que recebe adição de cascas de laranja e coentro. Cítrica, aromática, com pouco amargor e baixo teor alcoólico, a cerveja de aparência turva – já que em seu preparo é usado trigo não maltado – e de cor dourada, caiu no gosto do público brasileiro.
Para acompanhar uma Witbier, além do bate-papo com os amigos, são recomendados, assim como acontece com a Weiss, peixes e frutos do mar, como: atum, salmão, bolinho de bacalhau, lagosta, lula e camarão. O sushi também é indicado com esse estilo cervejeiro, mas é preciso ficar atento ao molho shoyo, que em exagero pode “roubar” o sabor. Saladas leves e queijos de sabor suave, entre eles muçarela de búfala, ricota e brie, também podem participar desse cardápio.

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