Produzido no norte de Portugal, o Vinho do Porto é conhecido por seu sabor intenso e aroma característico, sendo um símbolo da cultura portuguesa
Com mais de 1,7 milhão de habitantes em sua área metropolitana, Porto é a segunda maior cidade de Portugal, atrás apenas de Lisboa. É um destino de inúmeros turistas e estudantes, por ser um importante polo educacional e industrial do país.
Localizada na região norte, às margens do Rio Douro, Porto encanta os visitantes com suas belas paisagens, ruas coloridas e casas azulejadas. Porém, a região também abriga um dos vinhos mais famosos do mundo: o Vinho do Porto. A bebida é tão relevante que, além de ser conhecida pelo nome da cidade, possui seu próprio Dia Mundial, celebrado em 10 de setembro.
Contrariando o que muita gente acredita, o Vinho do Porto não é fabricado na cidade do Porto. O local de produção da bebida fica demarcado na Região Demarcada do Douro, que também está no norte de Portugal, só que mais para o interior, a cerca de 100 km do Porto.
Como a região é montanhosa, os produtores levam o vinho para a segunda maior cidade de Portugal, onde o deixam envelhecer. Essa estratégia ajudou a difundir a bebida pela Europa, já que Porto é um importante polo de comércio internacional. Por isso, os clientes passaram a se referir à bebida como Vinho do Porto.
O local produz o vinho há um milênio e foi oficialmente demarcado como área de produção de vinhos em 1756 pela monarquia portuguesa. Em 2001, a área tornou-se Patrimônio Mundial da UNESCO. Ao todo, são 250 mil hectares que produzem o Vinho do Porto.
As condições únicas do solo e o clima extremo, com verões quentes e invernos rigorosos, são responsáveis pelas características das uvas dos vinhos ali fabricados. O sommelier do BigLar, Luiz Roberto Corrêa Lima, explicou o que diferencia o Vinho do Porto das demais bebidas:
“Diferentemente dos vinhos tranquilos, os vinhos do Porto são fortificados na sua fabricação, recebendo uma proporção de aguardente vínica com volume alcoólico de 77%. Isso acontece quando o mosto ainda está nos primeiros dias de elaboração e o teor alcoólico é baixo, em torno de 7%. A adição da aguardente inibe as leveduras, cessando a fermentação e mantendo os açúcares residuais da fruta. Em contrapartida, ela potencializa o teor alcoólico do vinho para algo entre 18 e 22%, resultando em um vinho licoroso, denso, doce e com alto teor alcoólico”, afirmou.
Dois processos de vinificação são comumente utilizados: o “Processo Tradicional”, que utiliza lagares em pedra e conta com a pisa das uvas, e o “Processo Moderno”, feito em adegas equipadas com as mais recentes tecnologias.
dicas do sommelier
Confira alguns dos rótulos que você encontra em nossa adega
Estilo Ruby:
· Vinho Porto Pacheca Ruby
· Vinho Porto Quinta da
· Romaneira LBV 2015
· Vinho Porto Quinta da Romaneira Vintage 2017
Estilo Tawny:
· Vinho Porto Monteiro Tawny
· Vinho Porto Quinta da Romaneira Tawny Port 10 anos
Branco:
· Vinho Porto Pacheca White
Tipos de Vinhos do Porto
O Vinho do Porto é classificado em 4 estilos diferentes: Ruby, Tawny, White (branco) e Rosé.
O estilo Ruby procura manter as características de cor, aroma e estrutura do vinho, buscando preservar a jovialidade. Neste sentido, o uso de madeira é mínimo e o envelhecimento dos Portos do estilo Ruby é sempre em garrafa.
“Dentro do estilo Ruby, encontramos várias designações e a ordem de qualidade e valor crescente é a seguinte: ‘Ruby’, ‘Ruby Reserva’, ‘Late Bottled Vintage’ (LBV), ‘Crusted’ e ‘Vintage’. Os vinhos do estilo Ruby envelhecem bem em garrafa, mas após abertos devem ser consumidos logo”, explicou o sommelier.
Já o estilo Tawny privilegia o envelhecimento em madeira por longos períodos. Por conta disso, eles trazem uma evolução oxidativa que os torna evoluídos, complexos e maduros. Seus aromas lembram frutas secas, especiarias, madeira, café e chocolate.
“A ordem das designações do estilo Tawny é: ‘Tawny’, ‘Tawny Reserva’, ‘Tawny com Indicação de Idade’ (10 anos, 20 anos, 30 anos, 40 anos, 50 anos), ‘Very Very Old’ e ‘Data de Colheita’. Os vinhos do estilo Tawny, ao chegarem no mercado, estão prontos para o consumo, não sendo necessário guardá-los por mais tempo em casa, porém, após abertos, são mais longevos que os do estilo Ruby, podendo ser consumidos por alguns dias após a abertura da garrafa”, afirmou o sommelier.
Luiz Roberto Corrêa Lima também destacou as características dos Vinhos do Porto rosés.
“Os rosés possuem cor rosada intensa e brilhante e são obtidos após rápida maceração das uvas tintas para que não haja muita extração da cor das películas. Este Vinho do Porto possui menor evolução oxidativa e contato com a madeira na sua concepção e são vinhos para serem consumidos jovens, com muitas gamas aromáticas e paladar suave e agradável”, explicou.
Por fim, os vinhos do tipo White (ou Vinhos do Porto brancos) são produzidos a partir das clássicas castas brancas do Vinho do Porto. Geralmente, são envelhecidos por dois ou três anos em grandes tonéis, ficando disponíveis em estilos mais doces ou mais secos.
Harmonização
Uma degustação de vinho só fica completa quando acompanhada de uma boa refeição. Para cada tipo de bebida, há um prato diferente para combinar. O sommelier Luiz Roberto Corrêa Lima destacou a harmonização dos dois principais tipos de Vinhos do Porto: Ruby e Tawny.
Com os vinhos do estilo Ruby, ele recomenda a harmonização com pratos à base de carne, como: bifes e rosbifes com molho tipo madeira, queijos azuis, chocolates amargos, doces cremosos com castanhas e doces portugueses à base de ovos.
“Já com os Portos do estilo Tawny, recomendamos a harmonização com carnes recheadas com frutas e patês e sobremesas, como: pudins, bolos e tortas de amêndoas, além de barras de chocolate ao leite”, afirmou o sommelier.
Boa degustação!