Conheça a história do chá, como ele chegou ao Brasil e por que essa bebida pode contribuir para o seu bem-estar
Até chegar à sua mesa, o chá atravessou milhares de anos, foi preparado de diferentes formas e fez parte do dia a dia de nobres, reis e imperadores, além de fazer história nos quatro cantos do planeta. O hábito de consumir essa bebida começou há cerca de cinco mil anos, na região onde hoje está situada a China, quando um lendário governante e herói denominado Shennong, acidentalmente descobriu que se adicionada à água fervente, as folhas da Camellia sinensis viravam uma infusão com propriedades curativas e que aumentavam a sensação de vigor.
Desde então, o consumo dessa e de outras plantas que podem ser infusionadas se popularizou e conquistou o mundo, especialmente durante a época das Grandes Navegações que, a partir da Rota do Chá, estabeleceram acordos comerciais que popularizaram a bebida pelo globo.
O chá no Brasil
Por aqui, a Camellia sinensis desembarcou em 1810, para suprir a demanda da família real que, influenciada pelos costumes da corte europeia, adotou o hábito de tomar o chá da tarde.
Conforme nos explicou a Head Of Digital de uma empresa de infusões selecionadas, Cassia Lima, inicialmente, as mudas e sementes enviadas pelo Porto de Macau, na China, foram direcionadas ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, para que fossem climatizadas e conseguissem sobreviver ao clima tropical, viabilizando o cultivo de chá no Brasil.
Além das sementes, vieram centenas de agricultores chineses para trabalhar nas plantações de Camellia sinensis. Com o tempo, a planta se popularizou e as plantações se espalharam pelo país.
Estima-se que em 1822, havia cerca de 6 mil pés de chá no Brasil, possibilitando 3 colheitas ao ano. Três anos depois, o Tenente-Coronel José Arouche de Toledo Rendon, um importante político, advogado, militar e professor que possuía muitas terras, comprou milhares de sementes e importou um forno especial da China para queima das folhas de chá e produção em larga escala do ingrediente principal dessa bebida milenar.
Mas, apesar do grande sucesso no cultivo, em 1829, o botânico responsável pela climatização e por diversos estudos com a Camellia, Frei Leandro do Sacramento, faleceu, iniciando o período de decadência das plantações no país.
Foi apenas em 1908, com o início da imigração japonesa, que o chá voltou a ser cultivado em grande escala no Brasil e caiu no gosto dos brasileiros, desta vez, para ficar.
Curiosidades sobre o chá
Sabia que a partir da Camellia sinensis, é possível extrair três tipos diferentes de infusão? Pois é, o chá-preto, branco, verde e o oolong são subprodutos dessa mesma planta, mas cada um deles é adquirido a partir de um processo diferente de secagem e fermentação das folhas.
Para o preparo do chá-preto, as folhas da Camellia são fermentadas, para o chá-branco as folhas são colhidas jovens e não passam pelo processo de fermentação, já para o chá-verde, elas são escaldadas e fervidas, isso garante a preservação da cor e das propriedades da planta e, para o preparo do oolong (categoria entre o chá-preto e verde), as folhas passam por um processo de fermentação mais ameno, que confere à bebida um aroma menos acentuado se comparado ao da variação preta da bebida.
Influência no bem-estar
Conversamos com a nutricionista Thays Pomini, pós-graduada em Nutrição Estética e Esportiva e em Nutrição Fitoterápica, que nos explicou que os chás são ricos em compostos bioativos, como: polifenóis, catequinas e flavonoides. Por isso, são associados a uma variedade de benefícios para a saúde.
Cada infusão possui uma característica diferente, por exemplo: o chá-verde, por ser rico em catequinas e especialmente em epigalocatequina galato, tem propriedades antioxidantes e combate os radicais livres, responsáveis pela degeneração celular.
Aliado a uma dieta, ele também tem a capacidade de aumentar o metabolismo e acelerar a queima de gordura, além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e melhorar a função cerebral devido à presença de cafeína e alanina. Para ele, a recomendação diária é de duas a três xícaras, quente ou fria, com limão ou até mesmo com leite.
Já a infusão de camomila, ao contrário do chá-verde, tem propriedades calmantes e pode ajudar a diminuir a ansiedade e auxiliar na melhora do ciclo circadiano, além de ser indicado para problemas como indigestão e possuir propriedades anti-inflamatórias. Na hora de consumi-la, é recomendado cerca de duas xícaras antes de dormir para auxiliar no sono, especialmente se estiver quente.
No Brasil, também temos a hortelã, erva extremamente comum que pode ser infusionada e origina uma bebida ideal para pessoas com problemas digestivos, já que ajuda a aliviar gases e amenizar a indigestão, além de diminuir sintomas de resfriado e congestão nasal nas vias aéreas superiores. A hortelã ainda possui características mais refrescantes e seu chá pode ser consumido quente ou frio, mas o momento ideal para tomá-lo é após as refeições, aproveitando seus efeitos digestivos.
Para desfrutar de todos os benefícios que os chás podem proporcionar, é interessante variar as infusões ao longo da semana, e na hora de escolher os sabores ideais, priorizar os que possuem alta qualidade, como os chás que você encontra no BigLar. Dessa forma você evita produtos que podem estar contaminados e adquire ingredientes que foram manipulados corretamente durante a produção.
Existe um momento ideal para o consumo
Segundo explicado pela nutricionista Thays, infusões com bastante cafeína, como os chás verde e preto, são ideais para consumo pela manhã ou até o início da tarde, porque podem ajudar a manter a energia, auxiliar na concentração e, após as refeições, auxiliam na digestão.
Já os chás sem cafeína podem ser consumidos em diferentes horários, sempre tentando aproveitar ao máximo suas propriedades. Por exemplo: o de camomila é mais indicado para consumo à noite, porque auxilia no relaxamento e promove um sono mais tranquilo. A infusão de hortelã é mais interessante após as refeições, porque ajuda na digestão. E o chá de gengibre pode ser melhor aproveitado se consumido pela manhã, porque auxilia na digestão, ameniza a náusea, é anti-inflamatório, fortalece o sistema imunológico e pode ser ingerido por gestantes.