Com aroma e sabor inigualáveis, as trufas oferecem uma experiência sensorial única, transformando pratos simples em obras-primas de elegância e sabor

Elas são raras, crescem longe da luz do sol, têm aroma intenso e são bastante desejadas. As trufas, conhecidas como os “diamantes da gastronomia”, são mais do que apenas ingredientes culinários, tornando-se uma experiência sensorial que desperta a curiosidade e o fascínio dos paladares mais exigentes. As trufas são fungos raros que crescem nas raízes de árvores de clima temperado como carvalhos e avelãs. Encontrá-las é uma tarefa que exige parceria com cães especialmente treinados. É quase como um ritual,  em que o mistério e a natureza se encontram para revelar um dos tesouros mais preciosos da culinária mundial.

Achadas apenas em regiões específicas da Europa, como França e Itália, e com a ajuda de cães especialmente treinados, sua raridade é parte do que as torna tão valiosas. Além disso, o processo de crescimento das trufas é extremamente delicado, o que justifica seu preço elevado e seu status exclusivo.

Existem duas variedades que se destacam: a trufa negra, com seu aroma terroso e sabor intenso, e a trufa branca, reverenciada por seu perfume delicado e sabor refinado, muitas vezes comparado a uma combinação de alho, queijo e mel.

Cada trufa é única, com um perfil de sabor que reflete o solo onde foi encontrada, as árvores que a nutriram e até mesmo o clima daquele ano. Este caráter singular faz com que as trufas sejam tratadas com reverência na alta gastronomia, usadas com parcimônia e sempre como a estrela do prato.

Na cozinha, as trufas são sinônimos de sofisticação. Uma simples massa, quando finalizada com lâminas finas de trufa ou com um toque de óleo de trufa, transforma-se em uma obra-prima. Seu sabor é tão complexo que apenas uma pequena quantidade é necessária para transformar uma refeição comum em uma experiência extraordinária.

 

Tortellini Ravioli com molho de creme de trufa branca

Sofisticação no prato

Quando se trata de incorporar trufas nas receitas, a regra é simples: menos é mais. Uma pequena quantidade de trufa é suficiente para elevar um prato simples a outro patamar. O segredo está em harmonizar o sabor das trufas com ingredientes que não competem com seu perfil aromático único.

Degustar uma trufa é mais do que comer, é participar de um legado que celebra o luxo na sua forma mais pura e natural. Para muitos, elas são o ápice do prazer gastronômico, um lembrete de que, às vezes, o verdadeiro glamour está nas coisas simples, incrivelmente raras e belas, que a natureza nos oferece. São essas pequenas preciosidades que, quando compartilhadas, criam memórias e elevam a alma.

 

Tipos de trufas

Trufa branca: é por excelência, a mais valorizada e conhecida em todo o mundo pelas suas características como o aroma intenso que emana e o sabor extremamente delicado. Cresce junto às raízes de carvalhos, choupos, salgueiros, tílias, aveleiras, carpa, carvalho felpudo, zimbro, vassoura e espinheiro. De cor amarelo ocre, apresenta casca lisa e polpa de cor avelã com finos veios brancos. A colheita vai do final de setembro até o final de dezembro. É utilizada de preferência crua, fatiada diretamente nos pratos, para que seja possível saborear todo o paladar deste precioso tubérculo da forma mais natural possível.

Trufa negra premiada: a mais importante das trufas negras, também conhecida como Trufa Negra de Norcia ou Trufa Francesa do Périgord. Seu aroma e sabor adocicado a distinguem de outras trufas negras. Possui casca preta, áspera e opaca e polpa com veios brancos. Nasce junto às raízes de carvalho-peru, carvalho-felpudo, azinheira, avelã, tília, esteva e carpa-preta. O período de colheita vai de 1º de dezembro a 15 de março. Usada de preferência crua e ralada diretamente na louça. Uma decoração fina que dá um sabor especial aos vol-au-vents e às bruschetas. Combinação perfeita com espaguete com pimenta.

Trufa bianchetto: esta trufa primaveril é considerada a “prima mais nova” da trufa branca devido à sua semelhança na aparência externa, porém são extremamente diferentes e claramente reconhecíveis. Possui casca lisa amarelo ocre/laranja, aroma de alho e polpa marrom-avermelhada escura com veios brancos grossos. Ela surge em raízes de carvalhos, choupos, faias, tílias, aveleiras, salgueiros, pinheiros, carpas, cedros, zimbros e abetos, tendo o seu período de colheita entre 15 de janeiro a 15 de abril. Pode ser consumida crua e cozida. Com sabor forte, é excelente para cozinhar no preparo de molhos e condimentos ou no preparo de carnes fritas ou para recheios.

Trufa negra de verão: é a trufa mais utilizada na tradição culinária italiana. Apresenta uma casca muito verrucosa, da qual também deriva o nome “Summer Scorzone”. Possui aroma e sabor delicados, tão ensolarados quanto à época em que se desenvolve. Raízes de carvalhos, carpas, avelãs, pinheiros são os locais preferidos para o crescimento dela. Colhida de 1º de junho a 31 de agosto, é adequada para qualquer prato. De preferência fatiada se for usada crua e ralada se for cozida. Muito utilizada no preparo de geleias, massas recheadas, rolinhos de carne, molhos condimentados. Excelente simplesmente cortada em fatias finas sobre uma fatia de pão fresco com adição de azeite extra e uma pitada de sal.