Saborosos e elaborados com técnicas de mixologia e muita criatividade, os coquetéis estão no cardápio dos principais bares e restaurantes

Sucesso em bares, restaurantes, festas e diversos eventos, os coquetéis são ideais para relaxar após um dia intenso de trabalho ou para momentos de descontração ao lado dos amigos. Um bom coquetel é a combinação proporcional e saborosa de uma ou mais bebidas alcoólicas, como vodka, rum, conhaque, gin, tequila e uísque, adicionado de sucos de frutas, refrigerantes, xaropes de gosto amargo-doce (bitters), ervas, especiarias e outros ingredientes – tudo bem geladinho e servido de maneira especial em copos decorados e cheios de estilo.

Os coquetéis são elaborados com conhecimento e criatividade por um profissional especializado, os chamados barmen, bartenders ou barmaids, que são verdadeiros “artistas” do universo existente atrás do balcão. Esses profissionais se dedicam a estudar as técnicas da mixologia, o que resulta em bebidas autorais, com camadas de cores, sabores e requinte. 

Nas últimas décadas, a coquetelaria criou bebidas mundialmente famosas. Um bar de respeito precisa ter em seu cardápio nomes como Mojito, Margarita, Piña Colada, Bloody Mary, Cosmopolitan, Old Fashioned, Daiquiri e Negroni, sem esquecer das opções exclusivas da casa, as chamadas criações autorais, próprias do barman. É importante não confundir os coquetéis com os drinques (do inglês, drink), outra parte da mixologia e que tem como conceito básico a união de uma bebida alcoólica com outra sem álcool, como é a gin tônica, por exemplo.

O termo coquetel é a tradução do inglês cocktail e apareceu, pela primeira vez, em sua versão original, na edição de 13 de maio de 1806 do jornal “The Balance and Columbian Repository”, um periódico do estado de Nova York. Essa marca histórica fez o 13 de maio ser escolhido como o Dia Mundial do Coquetel. O nome cocktail vem do uso para descrever um cavalo com uma cauda (tail) como a de um galo (cock), ou seja, um animal misturado, que não seria puro-sangue.

A vida de um barman

Cláudio Roberto Rabelo Correa, barman do Brasido Restaurante, localizado no shopping Estação Cuiabá, está há quase 30 anos na profissão. Ele explica que, para criar o cardápio de coquetéis de um bar, é preciso saber a “pegada” do restaurante, como será a cozinha e outros aspectos fundamentais. Como exemplo, ele fala do próprio Brasido e da montagem da carta de coquetéis.

“Sou natural de Belém, no Pará, morei em Salvador e, por muitos anos, em São Paulo. Esse mix de culturas e culinárias diferentes ajuda muito na inspiração das minhas criações. O conceito do restaurante também influencia muito. No Brasido Restaurante, temos coquetéis bem originais e inimagináveis de fazer”, explica.

Claudio Roberto apresenta alguns exemplos, como o “Fruta que chora”, que leva açaí e purê de banana, o “Ouro da Amazônia”, com purê de banana-da-terra e tucupi (caldo amarelo extraído da raiz da mandioca brava), o “Jambu Caribe”, com cachaça de jambu, e o “Brasa”, uma saborosa mistura de cupuaçu, maracujá, rapadura e cachaça de banana. Todos feitos apenas com produtos orgânicos, sem o uso de itens artificiais. “Esse cardápio ficou muito com cara de Brasil”, salienta.

COMEÇO NA COQUETELARIA

Ele conta que seu primeiro emprego foi no ramo da coquetelaria. Ainda menor de idade, foi contratado por um restaurante em Salvador e, logo no primeiro dia, colocado para trabalhar no bar. “Era tudo novo para mim: bebidas, choppeira, máquina de café, copos e taças. Por não entender nada, quase sai correndo, mas meu chefe de bar, Mestre Delmiro, me explicou que essa é uma área infinita de conhecimento, e logo me fascinei pelo mundo da coquetelaria. Então, estudei o cardápio e aprendi a fazer todos os drinques e coquetéis”, explica. 

O barman recorda que, naquele tempo, os restaurantes tinham em seus cardápios os mesmo drinques clássicos, e era muito raro investirem em bebidas autorais, algo que ele viu após a mudança para São Paulo, onde trabalhou em inúmeras casas, como o Nakombi, na Vila Olímpia, e o Capim Santo, no Jardim Europa. “Continuei em busca de conhecimento, fazendo cursos de mixologia, e, hoje, minha especialidade são as bebidas autorais”, conta o barman do Brasido. 

Ele vê um crescimento importante da mixologia brasileira nos últimos 10 anos, com a facilidade de acesso a informações da área. Segundo o barman, ficou mais fácil fazer cursos e ter acesso a livros, algo incomum no passado. “Hoje em dia, só não aprende quem não quer, pois há cursos online e vários livros. Estamos cercados de informações”, aponta.

Ao ser questionado sobre o futuro da profissão, Roberto trouxe as respostas dos integrantes de sua equipe no Brasido, como os barmen Murilo e Ricardo, que esperam, respectivamente, que a profissão fique mais famosa e ganhe mais tecnologia. Já os auxiliares Marcos, Hildemar e Guilherme projetam os próximos anos da coquetelaria com mais conhecimento, a chegada de novas técnicas e o poder da criação de novos coquetéis. 

Claudio Roberto

Barman do Brasido Restaurante

“Sou natural de Belém, no Pará, morei em Salvador e, por muitos anos, em São Paulo. Esse mix de culturas e culinárias diferentes ajuda muito na inspiração das minhas criações. O conceito do restaurante também influencia muito.”